quarta-feira, 4 de abril de 2018

NINJA BOY

Eu sei, é cliché. Mas dois irmãos, do mesmo pai e mesma mãe, não poderiam ser mais diferentes. Quase nada do que se viveu e aprendeu com o primeiro vai ser colocado em prática com o segundo. E acho que se nós tivessmose mais oito filhos essa teoria continuaria firme e forte. Enquanto o Matt constantemente nos leva a passear por situações mais introspectivas, o universo do Gabi sempre foi mais físico. Ele já foi de tudo: T-Rex, Lobo Mau, Homem Aranha, Peter Pan. No caso do Lobo Mau ele tinha dois anos mas isso não o impedia de se achar muito assustador, colocando a calça do pijama bem acima do umbigo e soprando forte, igualzinho ao Lobo. Agora o Gabi já tem quase seis anos e é hora de começar a pensar no futuro. Assim, depois de assistir Karatê Kid algumas vezes e ficar impressionado com o garoto Dre (se o Jayden Smith consegue, por que não eu?) ele resolveu que vai ser Ninja. Pronto, o Ninja foi incorporado. Iiaaaaaaaaa! Podem vir, vilões! O problema é que depois de alguma prática caseira, ele percebeu que aprenderia melhor a arte se tivesse um Sr. Miyagi na assessoria e foi aí que ele me pediu para fazer aula de ninja. Sério, isso sequer existe? Óbvio que não. Sendo assim, fomos pesquisar artes marciais que se encaixassem no sonho do garoto e mais importante, na agenda do dia a dia dele e da mamãe. Foi um trabalho de pesquisa extensiva, no entanto ao fim de muitos telefonemas chegamos ao Aikido. Algo sobre o qual eu não conhecia nada. Depois de comprar o quimono e amarrar a faixa, ele estava pronto para a ação. Cada vez mais empolgado com a aula de ninja. Impossível não pensar em como os filhos nos levam por diferentes caminhos e nos ensinam coisas que dificilmente aprenderíamos se não fosse por eles. Apenas alguns detalhes técnicos preocupam o Gabriel. Existe faculdade de Ninja? Onde posso acertar o vilão com a estrela ninja? Ninjas só trabalham à noite? Enfim, detalhes. Hoje o Sensei tem um papel importante na vida do Gabriel, servindo como exemplo de disciplina e motivação. Sempre aprendendo, eles e nós.

terça-feira, 9 de maio de 2017

AVÔ ESTRELA

Daqui a um mês vai fazer um ano que meu pai se foi. Ainda me sinto estranha em relação a isso, parece que ele estava aqui ontem mesmo, brincando com os meninos. Meu pai não era um homem de fazer questão de ter muitos amigos nem ser exatamente simpático com as pessoas, mas sim, ele era um ótimo avô. A maior prova disso é a falta que ele faz na vida do Matheus, meu filho mais velho. Quando o avô foi fazer uma cirurgia para retirada de um câncer na boca, o Matt sabia que ele iria passar um tempo no hospital e que iríamos vê-lo lá algumas vezes. O que era para ser um ou dois meses transformou-se em cinco, pois a operação falhou e a doença dominou o homem que um dia meu pai foi. Sempre muito agitado, independente, vivia mexendo nas coisas da casa, consertando ou lidando com alguma coisa. Era o vô Edi que fazia massa de macarrão com o Matheus aos sábados, que fazia o Gabi parar de chorar quando era bebê (com uma técnica de cobertor que era só dele), para quem eu ligava quando algum de nós estava doente, que vinha nos visitar e trazia vários tipos de comidas gostosas. Como médico, via nos olhos dele sua falta de esperança e seu desespero em sair daquela cama de hospital. Sem poder comer nem falar, fazia gestos impacientes para as enfermeiras que iam ajudá-lo com os remédios, curativos e etc. Eu só posso imaginar o quanto ele odiou esse período de estagnação, de impotência, sem ter forças nem meios de sair daquilo. A carinha do Matt quando íamos ao hospital me cortava o coração. Ainda mais para alguém perceptivo como ele. Nossas tentativas de agir de um jeito meio normal não desfaziam seu olhar de ansiedade e medo. Todos os dias ele me perguntava quando o avô ia poder ir para casa. Enfim, depois de um longo período de muito sofrimento para todos nós, ele se foi. Tão cedo, com apenas 66 anos. Algo que nunca vou esquecer foi o jeito que ele me olhou no último domingo que o visitamos. Ele manteve seus olhos nos meus por alguns minutos, muito intensamente. Foi um olhar de despedida, de ¨não se esqueçam de mim¨. Eu mantive o olhar. ¨Nunca esqueceremos, pai, não se preocupe¨. O Matt não chorou no dia que ele se foi. Chorou depois, quando sua cabecinha assimilou que não veria mais o avô, quando a saudade começou a bater. Para os meus filhos, hoje o avô é uma estrela no céu. Sempre aquela mais perto da lua, mais brilhante.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

MEUS OUTROS BEBÊS

No final do ano passado recebi uma proposta maravihosamente assustadora da dona da escolinha do meu filho mais novo. Ela me perguntou se eu não queria ser professora de inglês das turminhas, que têm entre 0 e 4 anos. Aquilo me pegou totalmente de surpresa e pedi uns dias para pensar. Trabalhar com crianças tão pequenas, como assim? Fazia onze anos que estava no mesmo curso de línguas, dando aulas só para adultos... o que me levou a sair fora o nascimento do Gabi. Como não tinha intenção de voltar ao emprego antigo devido aos horários (adultos quase sempre estudam à noite), acabei aceitando. Primeiro porque a Ana é uma pessoa tão apaixonada pelo que faz, tão alto astral, que é praticamente impossível dizer não para ela. Segundo porque precisava de alguma coisa que se encaixasse no horário dos meninos. Por aceitar, acabei perdendo o sono. O que eu iria fazer com os bebês? Não existe um material didático para isso, eles não sabem ler nem segurar um lápis. Me bateu um desespero absoluto que como sempre foi abrandado pelo meu marido e companheiro. A Ana me falou que só por eu estar com eles falando aquela língua diferente, olhando nos seus olhinhos já ia dar certo. Claro que duvidei muito disso. Passei dias e dias na internet assistindo a vídeos, procurando músicas e qualquer coisa que fosse imprimível para a faixa etária deles. Depois de um mês,eu achava que estava chegando preparada. Que nada! Para falar a verdade e tão somente a verdade, foram eles que me ensinaram muito durante esse ano que passou. Com os bebês do berçário, tão pequeninos ainda mas que cresceram tanto nesse ano, hoje é só chegar que eles mesmos já vão sentando e começam a bater palminhas. Já esperam e sabem quais são as musiquinhas que vão ouvir. Todos ficam animados para bater hi-five comigo e até ensaiam um "ai"! Os olhinhos acompanham tudo e por eles todo aquele carinho é transmitido. Às vezes vem um devagarinho e senta no meu colo. No words, just love. Com os mais velhos meu assombramento foi ainda maior. A facilidade, a falta de inibição, nenhum bloqueio, apenas a entrega dessas mentes tão fresquinhas. São crianças de famílias tão diversas, com problemas diferentes, criações diferentes mas todos têm uma coisa em comum: a pureza de sentimentos. A cada aula todos querem contar do último dodói, da blusa nova, de alguma coisa diferente que aconteceu em casa. Todos ao mesmo tempo. Muito abraços e beijos. Me apaixonei, como a Ana disse que aconteceria. Não tenho curso de Pedagogia e dependo imensamente das "tias" para me dar um HELP, mas entendi que a aproximação sincera realmente desperta o interesse dos pequenos. Hoje fico feliz que não deixei essa chance passar. Eles com certeza ficaram com um pedaço do meu coração.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

O MENINO LOBO

Aqui em casa tem um menino que acha que é lobo mas não é o Mogli. É o Gabi. O pequeno parece que esta´simplesmente vivendo dentro da história dos Três Porquinhos. Porquinho mesmo ele só é na hora de comer, nas outras ele é o lobo. E não é um lobo qualquer. O lobo Gabi é mau e enorme. Vive para lá e para cá fazendo uma voz mais que esquisita e dizendo: "Abre essa porta e me deixa entrar!" Como não é sempre que o feroz animal obtém uma resposta, ele mesmo responde: "Ah, é? Então eu vou soprar e soprar e vai tuuuuudo voar!" E aí ele assopra e assopra que até abaixa a cabeça e empina o bumbum, para dar um toque mais realista como nos desenhos que ele vê no youtube. O negócio está tão intrincado na cabecinha dele que à noite não é diferente. Sonha e fala que vai derrubar a casinha e assopra e assopra...de repente diz assim: "Ainda não caiu? Vou tentar mais forte!" E continua a bufação na madrugada. Já assistimos a uns cinquenta tipos diferentes de Três Porquinhos na net. Tem alguns que o lobo bota medo até em mim, mas o Gabi parece achar o bicho um verdadeiro super herói. Em um outro desenho, o porquinho mais velho que sempre se destaca por ser o mais precavido dos irmãos, primeiro separa o dinheiro do dízimo da igreja (sim, isso mesmo!) para depois ver se vai sobrar uns tostões para construir sua casa. Acho que prefiro que ele veja o do lobo assustador do que esse. Todo dia na chegada da escola pra casa, Gabriel olha bem e diz: a minha casa é muito forte né mamãe? Não vai cair!

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O PEN DRIVE E A ÁGUA COM GÁS

Aqui em casa nunca teve muito isso de música de bebê no carro. Desde bem pequenos eles escutam o que a gente escuta, então já estão acostumados e curtem bastante um bom rock. Mas dentro desse estilo, até que somos bem ecléticos. No pen drive você encontra de tudo um pouco. Pearl Jam, claro, Morrissey, Kings of Leon, Placebo, White Stripes, Radiohead, Ramones, The Killers, entre outros. Matt andou passeando por uma fase mais POP, encantado com o Elton John e George Michael, dos quais constam alguns "clássicos" dos anos 90. Acho que isso ele puxou à mãe. The Bicycle Thief foi unanimidade, com as divinas Off Steet Parking e Rainin 4am. Mas também populares entre os meninos, Hurt e Aspirations, as "barulhentas", como eles dizem. O Matheus se considera praticamente dono de tudo que se escuta no carro. Como moramos longe, escuto várias e várias vezes por dia as frases: "Mãe, pula essa? Mãe, quero aquela. Mãe, essa já enjoei. Mãe, precisamos pedir pro papai gravar aquela outra." E assim vai. Já o Gabi, que quer imitar o irmão em tudo, também está começando a dar seus pitacos de bebê. Anteontem começou a falar que ele queria a música da água com gás. Eu, que geralmente entendo bem o que eles querem, não estava entendendo patavina. Ele queria porque queria a música da água com gás. Mas mãe acaba descobrindo, até pelo seu próprio instinto de sobrevivência, o que esses seres tão cheios de opiniões querem. Passei para uma canção chamada Four Simple Words, do Frank Turner também conhecido como nosso cantor querido, pois eu e o Matt adoramos o cara. E não é que era? No refrão ele canta "I wanna dance", que com seu sotaque britânico parece realmente que ele está dizendo água com gás. Gabi feliz e Matt se partindo de rir cada vez que tocava o refrão, cantando as novas palavras inventadas pelo irmão!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

DIA DAS MÃES

Se tem uma parte da população que merece mesmo um dia especial são as mães. Todos esses clichês que lemos nas propagandas das lojas e shoppings nessa época do ano não deixam de ser extremamente verdadeiros. No começo, quando os filhos são bebês, pode ser bem assustador saber que você é totalmente e inexoravelmente responsável por aquele ser tão pequeno. E que de certo modo vai ser para sempre. Filho é filho, não importa a idade. Hoje entendo muito mais minha própria mãe. Algumas vezes durante minha vida escutei as pessoas perguntando: "a tua mãe não trabalha?". Tem frase mais estranha que essa? Mãe que não trabalha? Não conheço. Minha mãe trabalhou muito, sim. Cozinhou praticamente todos os dias da vida dela, levou e buscou filhos o dia todo para lá e para cá, foi à reuniões da escola, organizou nossas coisas e muito mais do que tudo isso, foi sempre mais que presente nas nossas vidas. Antes de engravidar minha mente girava muito em torno de tudo isso. Como iria fazer para trabalhar e ainda cuidar do bebê? Como iria fazer papinha se não sei cozinhar muita coisa? E o pior....como iria acordar de madrugada?? De uma coisa tenho certeza. Sabe aqueles livros que ensinam todos os milagres da vida após o nascimento? Não leia. Nem compre. Cursos de gestante? Não faça, não perca uma noite no cinema com o maridão por causa disso. Aliás, vá muito ao cinema antes de ter filhos, Depois já era. A coisa acaba acontecendo naturalmente mesmo. Na verdade, mãe não tem escolha. O bebê chora, você pula da cama. Muitas vezes nem dorme. Trabalho, parei por um tempo depois voltei meio período. Aprendi a fazer a papinha, não tão difícil assim. E é desse jeito, cada dia é um dia. Cada filho é um filho. Nada é mais trabalhoso do que ser mãe. É estar lá sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia, todos os segundos. É pensar neles sempre em primeiro lugar. É mudar completamente de vida. Não se importar tanto consigo mesma. É sentir o amor mais pleno e profundo que existe. No matter what. Feliz Dia das Mães!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O ANIVERSÁRIO DO PAPAI

Nesse ano fatídico, eu e meu marido completamos trinta e nove anos. Um ano antes de entrar na fase dos "enta" e dela não sair mais. Esse também é o ano que o Matheus completa cinco, uma mão inteirinha, um verdadeiro marco para uma criança. Ele diz que não é mais um menino pequeno e sim, um menino médio. Meu marido não é de dar muita bola para aniversários ou datas desse tipo. Acho que isso não combina muito com o seu jeito ser, pois aqui em casa é ele o otimista. Já eu sou mais realista (injustamente chamada de pessimista por alguns) mas curto muito uma data de calendário. Pode ser aniversário, Dia das Mães, Natal, etc. Só me dá preguiça mesmo no Ano Novo, data em que me vejo obrigada a ficar acordada até meia noite, o que me dá mais sono do que normalmente tenho. Matheusinho puxou a mim nesse sentido. É louco por um aniversário, seja dele mesmo ou de outra pessoa. Como as crianças estão em férias, tivemos tempo de planejar umas surpresinhas para o papai. Surpresas essas que o Matt contou para o pai, mas disse para ele não contar para NINGUÉM! Ele queria que a festa fosse do super homem, então compramos velinhas, pratos e copos do herói. Nossa sobrinha que estava passando a semana aqui em casa ajudou a arrumar o micro evento, do qual participaram os meninos, papai aniversariante, mamãe e Júlia. O Matt esperou ansiosamente o dia D. Lembrou o pai a semana toda que ele ia completar 39 anos. Trinta e nove! No dia da "festa" era o mais animado dos convidados e adorou escrever no cartão: "Feliz aniversário de 39 anos, papai!" O presente, uma tábua de churrasco no formato de guitarra, foi sucesso total. O Gabi vê o objeto todos os dias e diz "papai, tataia". Enfim, foi um dia legal para fechar a década dos trinta. No fim da noite, O Matheus chegou para o pai e disse que estava mesmo muito surpreso. O Digo falou: "Por que, meu filho? "Ué, papai, de tanta surpresa que a gente preparou para você!"

terça-feira, 12 de novembro de 2013

VIAGEM DE AVIÃO

A conversa começou com o Matheus me perguntando por que ele nunca tinha viajado de avião. Muitos amigos da escola já haviam voado para algum lugar e agora o Matt também queria ir. Primeiro, ele teve a ideia de irmos para Ponta Grossa de avião, pois vamos sempre para lá mesmo, ótima oportunidade. Falei que de avião a viagem tem que ser para algum lugar mais longe. Ponta Grossa, só de carro. Obviamente ele não se conformou e logo partiu para o plano B. Perguntou então para a vovó quando ele iria viajar de avião. Aí sim a coisa funcionou. Os avós ficaram enlouquecidos para levar os pequenos para algum lugar e acabamos marcando uma viagem para Gramado (ou Gramados, segundo o Matt) todos juntos. As crianças são espertas. A mãe dele também usou essa mesma tática aos nove anos, quando meu maior sonho era ir para os Estados Unidos. Lembro que estávamos todos almoçando em um domingo de sol na casa da minha mãe e lá pelas tantas eu falei para o meu avô que queria muito, mas muito mesmo ir para a Disney. Meus avós adoraram a ideia e assim embarcamos uns meses depois. Foi uma experiência inesquecível. Ele era o cara, esse meu avô. Bom, chegou o dia da viagem. Nosso voo era logo cedo, tipo sete da manhã. O Matheus achou o máximo acordar às quatro da madrugada enquanto ainda estava escuro e deu "boa noite" para todo mundo,feliz da vida. Já o Gabi, que tinha apenas um ano e cinco meses, não entendeu muita coisa e como sempre acorda no meio da noite foi tranquilo para o aeroporto. Confesso que estava com medo. Não só o meu medo normal de voar, mas principalmente como as crianças iriam reagir. Precisei fazer minha cara de paisagem ao entrar no avião e colocar o cinto nas crianças, super cool. O Gabi não gostou nadinha de ir preso ao cinto de segurança e com certeza atrapalhou um pouco as pessoas que não querem se incomodar com pirralhos no avião. Lembro dessa época da minha vida como se fosse ontem e com certeza não posso me importar muito se fazem cara feia. Sei como é. Já o Matt achou tudo fantástico e nos momentos de turbulência dizia "uuuuuooooouuuu!" enquanto a mãe dele rezava e suava frio. Nossa viagem em família foi muito legal, tanto que o Matt está sempre querendo voltar para "Gramados". Só que da próxima vez ele já me avisou, quer ir de balão.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

DOIS IRMÃOS

As pessoas sempre dizem como irmãos são geralmente diferentes e isso é realmente bem verdade. O Matt, apesar de sempre ter sido tímido, adora uma televisão. É um verdadeiro estudioso dos vídeos que possui e espera pelos novos lançamentos como se esperasse o 13² salário. Ontem mesmo ele comentou: "Mamãe, já está nascendo o MPBaby Clipes Animados 2, né?" Faz mais de um mês que ele está contando os dias para a chegada do tal DVD, que chega às lojas essa semana. A Galinha Pintadinha tem sido uma fiel companheira e babá para todas as horas. Os Pequerruchos são seus amigos, na cabecinha dele. Doki, Peixonauta, Backyardigans, todos da galera. Na minha casa, nunca tive que colocar travas de segurança nas portas nem tirar enfeite nenhum da prateleira. Matheus sempre foi uma criança tranquila nesse sentido. Isso tudo mudou quando o irmão mais novo Gabriel conquistou sua independência e começou a andar. É um pequeno furacão. Tudo que estiver ao seu alcance corre um sério risco de vida. TV, ele nem olha. Já coloquei vários tipos de DVD para o sapeca e ele simplesmente ignora, seja o que for. Tiro tudo que ele possa pegar e se machucar ou estraçalhar. Recentemente, não sabe-se como, ele conseguiu abrir a trava de segurança de um armário e mais que rapidamente agarrou uma taça de licor e a jogou no chão. Com a outra mão já tinha pegado uma daquelas taças de vinho grande e estava prestes a fazer o mesmo, quando cheguei e controlei a crise. Com seis meses, Gabi conseguiu cair da cama onde dormia uma tarde. Passou pela barricada de travesseiros e se jogou no chão. Agora, com um ano e quatro meses, não quer mais que eu o ajude com a colher. Se não comer sozinho, não come e pronto. O mais velho pode usar a mesma roupa por três dias que ela continua intacta. Demorou bastante a se adaptar na escolinha e a aceitar as outras pessoas. É concentrado, organizado, extremamente carinhoso. O pequeno no meio do dia já se encontra impraticável e precisa de uma troca. Ficou bem na escolinha já na primeira semana. É bagunceiro e festeiro. E extremamente carinhoso. Irmãos.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A NAMORADA

O namoro começou há uns três meses atrás, bem no iníco da volta às aulas. Um dia, do nada, o Matheus chegou em casa dizendo que ele também tem uma namorada. Digo também porque durante as férias ele passou a perceber quem eram os casais da família. A mamãe é namorada do papai, a vovó é do vovô, etc. Eu e o Digo achávamos que essa notícia iria demorar pelo menos mais uns 15 anos para chegar, mas o Matt sempre surpreende e com quatro anos recém feitos ele chegou com a novidade. A eleita é uma menina de lindos olhos azuis da salinha dele. Infantil 4, ou seja, já são da turma das crianças "grandes" da escola. Então, o namoro vai de vento em popa. A "tia" me contou que eles andam bastante juntos. Ele sempre atrás dela na fila, ficam de mãos dadas na hora de escovar os dentes, brincam juntos no recreio e até um presente o namorado deu para a garota. Uma pulseirinha foi a surpresa de um Kinder Ovo que compramos na padaria. Ele imediatamente falou que ia levar para a Ana, a namorada, de presente. Ela, por outro lado, não tirou mais a pulseira feita de fita desde que ganhou. Encontrei a mãe da minha pequena nora na saída das crianças e ela disse que a Ana não a tira para nada, nem para tomar banho. Essas meninas...já sabem o que é instinto de sobrevivência. Quando a mãe perguntou quem havia dado a lembrança ela falou que foi o Matheus, claro, o namorado. Já quando a mesma pergunta foi feita pelo pai, ela disse que foi um amiguinho. Agora ele está todo entusiasmado pois viu no shopping que o dia dos namorados está chegando. Quero só ver o que vem dessa vez!

quinta-feira, 14 de março de 2013

O EMANCIPADO

Que mudança radical passa uma criança dos três para os quatro anos. Matheus fala tanto que às vezes peço para ele descansar um pouco a língua, não que isso surta algum efeito. São tantas as novas colocações que faz a gente ficar pensando de onde a criaturinha tirou essa ou aquela palavra. A verdade é que eles observam (e ouvem) tudo ao seu redor, especialmente o que papai e mamãe dizem. E nessa idade são os reis da cocada preta, branca, do tipo que for. Às vezes, quando se faz necessário chamar a atenção do garoto e depois de ter uma conversinha, ele diz: "Agora EU vou pensar no que você fez!" ou "A senhora acha isso bonito?" O banho também é parte da nova independência adquirida pelo pequeno. Adora lidar com o shampoo e colocar na cabeça, mas na hora de tirar, aquele rolo. A mãe tem que intervir e o momento fica tenso. Colocar a roupa é mesma história, ainda mais que as combinações nem sempre são aquelas que eu escolheria. A camiseta, de preferência LASCOTE, como ele diz. Como ele tem duas, as opções são bem restritas. Calça jeans e sapato num dia de quarenta graus? Haja convencimento. O pequeno emancipado também decide o que quer assistir. Esses dias me pediu um DVD que fosse mais LIGHT que aquele dos CARROS. Com o dedinho apontado para cima, faz cara de brabo e diz que está muito, mas muito "brabro". Difícil e extremamente necessário é não rir numa hora dessas! Não existe "break" quando se trata de educar. É cansativo e repetitivo. Mas é quem ele vai ser, lááááá no futuro.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A "DRONCA"

Um certo dia chegou um menininho chamado Gabriel na casa de papai e mamãe e acabou com o então reinado de Sua Alteza, o Matheus. Mais do que nunca foi necessário que os pais desse menino Matheus chamassem a atenção dele, pois sorrateiramente ele dava uns trancos no irmão recém-nascido. Algumas broncas a mais ele teve que levar, pois havia vezes em que ele se descontrolava e queria dar um sumiço nesse bebê. Conversas no quarto e castigos, mais do que nunca. Com pena, claro, muitas vezes, pois só os pais desse garoto sabiam o que ele estava passando. Filho único por três anos, tudo pra ele. Toda a atenção. E agora, muita coisa ia mudar. Ele não demorou a perceber. Um belo dia, Matheus resolveu fazer a coisa inversa e nos colocar no lugar dele. Chegamos da escola e ele me levou para o seu quarto, onde me mandou pensar no que eu tinha feito e que ele iria me dar uma "dronca". Ele me passou um brinquedo aleatório e disse: "Essa é sua 'dronca!'" Confesso que não entendi a lição da 'dronca, mas vi que ele quis que eu percebesse como se sentia quando repreendido. Fiquei lá por uns cinco minutos e perguntei se podia sair. Ele disse que ainda não, mais três minutos. Quando a "brincadeira" acabou, ele fez o mesmo com o pai que chegou um pouco mais tarde. Outro brinquedo, outra "dronca" para ele. Pensando nisso hoje, acho que naquele dia ele queria se sentir um pouco no controle da situação, pois desde esse dia ele tem tentado ser mais dócil com o irmão, que morre de amores por ele.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DOIS MENINOS

A correria atrás dos meus dois garotos até agora me impediu um pouco de escrever qualquer coisa que seja. Eles não poderiam ser mais diferentes, o Matt e o Gabi. O Gabriel chegou no dia em que a cesárea havia sido marcada. Tudo certinho, bem mais fácil dessa vez. Bebê no quarto no mesmo dia, saímos juntos da maternidade para mais essa empreitada. O Matt nunca achou que um bebê iria realmente sair da minha imensa barriga. Mas saiu. Ele, no começo "aceitou" a ideia, com certeza achando que aquilo era algo temporário. Ignorava o serzinho que tomava muita da nossa atenção e às vezes se punha a berrar. Na terceira semana, o mais velho surtou de vez. Toda revolta e ciúme do seu coraçãozinho vieram à tona e ele não podia mais ouvir falar em Gabriel. Soube pela tia da escola, que sempre perguntava a ele como estava o irmão, que depois de um tempo ele nem esperava mais a pergunta. Dizia: "O Gabriel tá bom", já para encurtar a conversa. Os meses foram passando e o Gabriel tem se revelado um bebê muito risonho e bem humorado, louco pela atenção do (meio-indiferente) irmão. Eu acredito muito que tempo muda tudo e nas últimas semanas senti que o coração do Matt já não é uma pedrinha de gelo. O sorriso banguela do Gabi tem conquistado seu resistente irmão, pouco a pouco. Ele vê o seu olharzinho de afeição e tem incluído o menor cada vez mais nas suas brincadeiras. Claro que o ciúme ainda existe, talvez um resquício dele nunca desapareça. Porém a oportunidade de ter esses dois meninos com personalidades tão diferentes nos faz crescer ainda mais como pais, como pessoas. E não, apesar de o Digo até tentar me convencer, ninguém aqui vai ter uma menininha!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

22 HORAS

Faltam umas vinte e duas horas para meu segundo filho chegar. Assim sendo, hoje é muito provavelmente o último dia em que vou estar grávida na minha vida. Amanhã o Gabriel chega e com ele muita felicidade e muito trabalho.
Todo tipo de pensamento e sentimento aparece dentro de mim. Vou ser mãe de novo, vou ter mais uma imensa responsabilidade nas minhas mãos, outro ser vai depender de mim e do que eu ensinar a ele.
Qual a melhor maneira de educar um filho? De não ser vencida pelo cansaço? De ser um modelo para alguém? Será que isso é realmente possível? Ser consistente e persistente. Dar o exemplo de tudo que se diz.
Não é algo que se faz pela metade. Não existe uma hora certa para ter um filho. Ele vai sim sugar quase toda a sua energia, seu foco, seu sono. Vai fazer você pensar se esse era mesmo o melhor momento para ser mãe. E esse momento vai ser sempre confuso, tendo vinte ou quarenta anos.
Minhas expectativas dessa vez são mais reais. Tudo que eu espero, para ser bem sincera, é que ele nasça com saúde e possa vir para casa comigo. Que ele e o irmão sejam verdadeiros amigos. Quero viver um dia de cada vez e ir conhecendo esse menino que vai fazer parte das nossas vidas para sempre.
Quero apenas ser a mãe dos meus filhos.

quarta-feira, 21 de março de 2012

OS "BOCA MALDITA"

"Mas como o Matt anda bonzinho, né, amor?" Pronto, basta um comentário desse tipo que no dia seguinte o pequeno acorda azedo.
Esse fenômeno acontece bastante aqui em casa. Só de falar uma coisa, ela acontece. Esses dias resolvemos levar o Matheus ao pediatra, pois já fazia um bom tempo desde a última vez que o pesamos, medimos, escutamos, etc.
Juro que pensei comigo: "Tomara que não fique resfriado no dia seguinte". Eis que ele acorda no sábado com o nariz escorrendo e meio abatidinho. Pelo menos não chegou a passar disso, uns três ou quatro dias de resfriado.
Será que isso acontece com todos os pais?
Ou será que os filhos captam de alguma maneira tudo que sentimos e sem querer transferimos para eles?
De qualquer maneira, hoje foi um dos dias mais surpreendentes dos últimos tempos. Meus pais vieram nos visitar e numa conversa com a minha mãe, falei que achava que daqui a um ano o Matt estaria pronto para viajar com eles para Ponta Grossa de novo. Disse isso porque a última tentativa foi um pouco frustada, uma vez que ele ficou lá todo choroso.
A surpresa veio na hora de nos despedirmos. Ele me olhou e falou que ia junto com os avós para Ponta Grossa. Eu, claro, não acreditei. Mas ele insistiu, foi comigo arrumar a mala e entendeu que os pais não iam junto. Disse "tchaaaauu!" todo feliz e nos deixou aqui olhando um para a cara do outro, perplexos.
O que mais fazer numa hora dessas senão deixar (mesmo que ressabiada) e depois correr trocar de roupa para jantar sem a menor pressa em um restaurante maravilhoso?
Isso aconteceu há umas cinco horas atrás e é bem provável que amanhã tenhamos que ir até lá buscá-lo. Se bem que isso não importa. A iniciativa do meu bebê de viajar sozinho me deixou confusa mas ao mesmo tempo orgulhosa.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

MÃE, A CHATA

Não tem como. Por mais que você tente, é impossível se tornar uma mãe sem ficar mais chata. No momento em que o filho nasce, aparecem com ele mil pequenas coisas que precisam ser colocadas em ordem.
Na verdade, já existe uma preparação antes mesmo do bebê nascer. É preciso pensar em todos os detalhes como o enxoval do pequeno, a maternidade, o plano de saúde, o tipo de parto, fazer vários exames, decidir sobre a coleta de sangue do cordão umbilical, etc, etc.
Aí o casal já tem uma prévia de que a moleza acabou. Antes as decisões se resumem ao lugar onde vão jantar, se ligam para encontrar os amigos ou vão só os dois, que filme locar numa sexta feira, coisinhas do tipo.
É depois do nascimento que começa o curso (super) intensivo. Nos primeiros três meses não se tem tempo nem de respirar. É mamar, fazer o bebê arrotar, fazer dormir, trocar a fralda, trocar a roupinha, tirar o lixo várias vezes por dia, esterilizar mamadeira, ferver água, acordar várias vezes durante à noite. E quando termina, o jeito é começar tudo de novo.
Eu, que sempre fui "tarefeira" do tipo missão dada é missão cumprida, fiquei ainda mais depois do Matheus. Na verdade não gosto de deixar para amanhã o que posso fazer hoje.
Com filho pequeno, se você não vai organizando as coisas no dia-a dia a casa vira de cabeça para baixo. Supermercado, escola, pagamentos, casa. Só quem é mãe sabe.
É a mãe quem geralmente quer colocar aquele casaco quando está um pouco frio ou que insiste que a criança tem que comer alguma coisa saudável. É quase sempre a mãe que enfia goela abaixo o remédio que o pediatra mandou tomar três vezes ao dia.
A mãe é aquele ser que não deixa entrar na piscina à noite e que manda guardar as coisas no lugar. A mãe manda escovar os dentes e tomar banho sob protesto todos os dias. TODOS os dias.
Mas tudo bem, faz parte. Eles nos amam incondicionalmente sendo assim mesmo, chatas. E pra mim isso basta.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

POUCAS E BOAS

Sempre achei muito chato escutar aquelas mães que contam todos os mínimos detalhes das peripécias dos seus rebentos. Ou aqueles pais que te pegam num canto do qual você não consegue escapar para mostrar umas cem fotos do filho no celular.
Mas, porém, todavia, existem algumas coisas que precisam ser compartilhadas pois corremos o risco de esquecer com o tempo. Esse foi o principal motivo que resolvi escrever algumas das "tiradas" do Matheus. Eis algumas.
Quando ele diz "Se comporte!" para o brinquedo que leva junto no carro no caminho para a escola.
Quando ele fica brabo e diz para si mesmo bem alto: "Não precisa brigaaaaar!"
Quando ele lê as placas dos carros em inglês no caminho para aulinha.
Quando ele, depois de apagar a velinha do aniversário disse: "Liga o parabéns de novo!"
Quando ele mesmo, depois de tirar o boné na piscina e já prevendo o que eu iria falar me olha e diz: "Mas filho..."
Quando ele diz "ultiminho!" para cada um dos dez sorvetes que toma por dia quando está na casa da vó.
Quando reza o Santo Anjo sozinho.
Quando enumera tudo que faz antes de ir dormir: "Primeiro, tomar banho. Segundo, mamar. Terceiro, escovar os dentes. Quarto, tomar aguinha. Quinto, memir!"
Quando fica felicíssimo por eu pedir para ele jogar qualquer coisa no lixo.
Quando ele vê uma foto de si mesmo e diz: "Seu sapeca!"
Como eu disse. Eis algumas. De muitas.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

TRÊS ANOS

Amanhã o Matheus faz três anos. Passou voando e não passou. Não parece que ele existe só há tão pouco tempo. A minha vida antes dele eu quase não consigo lembrar. Um filho traz uma mudança avassaladora. Me transformou em outra.
Gravidez muito tranquila, eu confiante demais. Cesárea me surpreendeu, não era bem um passeio no parque. Bebê não tinha os pulmões ainda bem formados, uma semana na UTI. Pior semana da minha vida.
Primeiro ano de muito choro, muita cólica, sono quase nenhum, gripe suína, não podíamos sair de casa. Tudo pela frente para os novos pais aprenderem. Quase nada que li nos livros serviu.
Segundo ano um pouco mais de sono, não muito. Ele cada dia mais carinhoso. Incontáveis abraços e beijos. Verdadeiro pavor de médico, puxou ao pai. Verdadeira adoração por música, puxou ao pai. Totalmente grudado em pai e mãe. Talvez devido à distância dos parentes. Talvez ele simplesmente seja assim. Andou tarde, tinha um ano e quatro meses. Aprendeu mesmo no shopping, seu lugar favorito. Passatempo preferido, escada rolante.
Ano três. Eu totalmente apaixonada. Sono profundo, enfim. Acha que consegue fazer tudo sozinho. Ama as letras e os números. Difícil brincar com algo que não tenha a ver com isso. Aprendeu o alfabeto sozinho. Sabe também em inglês. Não usa boia na piscina. Detesta tudo que prenda sua movimentação. Adora Pato Fu. Canta junto com a Fernanda. Usa o i-pad melhor do que eu.
Já assisti à Galinha Pintadinha umas mil vezes. Já fui embora de lugares porque ele não parava de chorar. Já cantei a mesma música repetidamente só porque ele pediu. Já deixei de ir a vários compromissos. Deixei ele tomar refrigerante muito antes do que eu esperava. Já me senti a pessoa mais feliz do mundo. Já achei que fosse enlouquecer depois de um dia difícil. Muitas vezes penso se sou uma boa mãe. Faço tantas coisas que disse que nunca faria. Faço qualquer coisa para ver meu filho feliz. Parabéns, meu querido.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

SOBRE A PRIMEIRA E A SEGUNDA VEZ

A primeira gestação de uma mulher pode ser bem diferente da segunda e mais ainda de uma terceira. Quando fiquei grávida do Matt fiz todas as coisas que uma mulher naquele estado podem se dar ao luxo. Drenagem uma vez por semana, muito descanso, leitura sobre o bebê que iria chegar. Leitura, detalhe, sentada na beira do mar tomando um suquinho. E achando que não seria difícil colocar tudo aquilo em prática.
A barriga parecia que demorava a aparecer. Tiramos muitas fotos, desde o primeiro mês, algumas até profissionais. Nove meses que demoraram a passar.
Depois de dois anos e nove meses, eis que me vejo grávida outra vez. Só que dessa vez de uma maneira completamente diferente. Olho para baixo e vejo uma barriga imensa que mal vi crescer. Parece que foi da noite para o dia. Daqui a quatro meses terei mais um bebê em casa, aprontando todas. Ao menos agora tenho total consciência disso, de que eles aprontam mesmo de tudo e de que quase nada do que está nos livros se aproveita.
Na segunda gravidez, com um filho pequeno em casa, não se tem tempo para frescura. Cuida-se de um enquanto o outro assa no forninho. Nesse meio tempo me mudei de apartamento, tirei a fralda do Matheus, resolvi mil coisas sobre a casa que vamos construir. Drenagem comecei só agora, ainda não consegui descansar.
Tenho que considerar a hipótese de ter uma babá para quando o Gabriel nascer, coisa que abomino. Preciso organizar a festinha de três anos do Matt e também o chá de bebê do menorzinho.
Fotos tiramos algumas ontem, com quase cinco meses de gestação. Me pego pensando se isso tudo influi no que eu passo para o Gabi, mas no fundo acho que não. Sei que o amor de mãe é mais forte do que qualquer dificuldade. Nada mais é que a vida real.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

XIXI NO PENICO

Por que será que sempre que dizem que algo vai ser fácil é geralmente difícil?
O Matt, já com dois anos e quase sete meses, ainda estava na fralda. Como ele toma muito líquido, sempre imaginei que essa parte de tirar a fralda não seria fácil, mas as pessoas me diziam que era tranquilo, em uma semana estaria resolvido. Ã-hã.
Decidimos então, nós e a escolinha, que já era hora. Compramos todo o aparato para a empreitada. Penico, adaptador para o vaso e umas trinta cuequinhas.
Mas quem conhece sabe: ele é danado. Na escolinha foi uma beleza. Escapava um xixizinho por dia, se isso. Agora em casa a coisa é sempre diferente. Aqui ele não queria o penico e fazia tudo, eu disse tudo, na calça.
O que me disseram que em uma semana estaria resolvido levou quase dois meses. Cada vez que ele fazia na calça, sendo que o penico estava bem atrás dele eu dizia: "Ai, meu Deus!". Tenho que dizer que limpar o número um e principalmente o número dois do chão estando grávida não é das coisas mais agradáveis de se fazer.
E assim, como sempre, muita paciência foi necessária até ele se acostumar com a ideia de ficar sem fralda. Cada vez que fazia direitinho era uma festa, tchau para o xixi e todo aquele esquema.
Dois meses depois (fuiu!) agora é meu bebê quem não quer mais a fralda. Bate palmas para ele mesmo cada vez que vai ao penico, nem que faça só uma gotinha. E se por acaso algo escapa na calça, me olha de um jeito estranho e ele mesmo diz: "Ai, meu Deus!"

NÃO PUNA BANA

A hora do banho sempre foi uma diversão para o Matheus e o encarregado por esse momento é quase sempre o papai. No apartamento antigo havia uma banheira, não muito grande mas o suficiente para o Matt passar algum tempo se divertindo na água. E não eram só os dois na banheira, não. Tinha também os livros de banho, bichinhos de borracha e o que mais servisse para brincar.
Na mudança isso também mudou. Aqui só tem chuveiro e o banho ficou bem mais sem graça por esse motivo.
Nos dois primeiros dias ele ainda estava meio perdido, entrou e saiu. Mas quando se deu conta de que agora seria assim, resolveu que não queria mais tomar banho. A hora se aproximava e ele ia ficando desesperado. "Não puna bana!!!" que é como ele chama tomar banho. Ou não tomar banho.
Uma noite ele começou a chorar e espernear para não entrar no "puna bana". Já era tarde e falei para eles irem assim mesmo. Vi que os dois entraram lá achando uma péssima ideia. Se arrependimento matasse...
Eu estava na cozinha quando escutei um estouro. Corri para o banheiro e me deparei com o vidro do box estilhaçado no chão. O Matheus chorando e meu marido me olhando com um ar de "feliz agora?". Tudo bem, eu insisti, acho que mereci.
Ninguém se machucou mas vi que era preciso uma solução rápida para essa confusão toda. Por sorte hoje existe de tudo, né? Lembrei que em uma loja de decoração tinha visto um alfabeto de letrinhas de plástico, feitas exatamente para brincar no chuveiro.
Ah, o Matheus e as letras! Como diz meu marido, acabei salvando a hora do banho. Agora ele mal chega em casa e o pequeno já grita, feliz da vida: "puna bana, papai!"

terça-feira, 22 de novembro de 2011

CASA NOVA

Mudança é sempre uma coisa que deixa as pessoas um pouco assustadas. Quase ninguém gosta de mudanças, ainda mais quando se trata de algo que se está habituado e de que se gosta.
Meu marido é uma dessas pessoas. Para ele, a mudança indica sair do que ele se sente confortável e tranquilo. Para mim também não é fácil, principalmente quando se trata de mudança de planos. Então, para o Matheus as coisas não poderiam ser muito diferentes.
Para ele, tanto uma mudança de lugar quanto conhecer pessoas diferentes é um grande desafio. Ele reluta em sair do micro mundinho dele.
Depois de nove anos morando no nosso lindo e não muito grande apartamento, resolvemos que era hora de construir uma casa. Eu, quando pequena, sempre morei em casa e sei como é bom ter um jardim para passar a infância. O problema é que para isso tivemos que nos mudar pra um apartamento alugado e aqui vamos ficar até o final dessa empreitada que acontecerá daqui a uns dois anos.
Sim, existiu uma preparação. Viemos com o Matt no novo apê algumas vezes, explicamos tudo para ele que pareceu gostar da ideia. Dizia "casa nova" todo animadinho.
Mas ele é um romântico e gosta da ideia das coisas, não da coisa na prática.
Depois de três dias de caixas, móveis e roupas que nem sei por que guardamos finalmente nos mudamos. O humor dele já não estava dos melhores e no final do fim de semana ele falou: "pra casa!" e foi até a porta. Pronto, bem legal essa casa nova, agora quero voltar pra tudo que eu já conheci até hoje, meu quarto, minha banheira (que aqui não tem), meus brinquedos do jeito que eu deixei.
Quando viu que era assunto resolvido, caiu no choro. "Não casa nova" foi só o que ouvi pelos próximos três dias. Ele acordava, olhava em volta, vinha até a sala e...choro!
Se não foi fácil para nós deixarmos aquela casa que cuidamos com tanto carinho e onde passamos por tantas coisas, imagine para ele.
Como sempre, muita conversa, paciência e a ajuda da escolinha para fazer a cabeça do meu bebê.
Fotos tiramos muitas de lá. O engraçado é que apesar de tanto sofrimento, ele mal vai se lembrar da primeira casa. Porém, ela vai sempre fazer parte da vida que ele ainda tem pela frente.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

B, CONSONANT

É totalmente redundante dizer que hoje em dia as crianças são muito mais espertas do que há 20 ou 30 anos atrás. Todo mundo sabe disso. O interessante é que geralmente dizemos isso porque elas já nascem cercadas de aparelhos eletrônicos e que por essa razão são tão espertas. Concordo, mas esses dias li um artigo bem legal na revista CRESCER que me fez ver o assunto por uma outra perspectiva. O autor dizia que as crianças não são como nós, que com o tempo de vida vamos ficando mais medrosos, com receio de errar, principalmente na frente dos outros. Elas, as crianças, muito mais inteligentes do que nós, não têm esse medo bobo. Elas pegam um negócio que nunca viram antes e vão tentando desvendar sem nem reparar se tem alguém olhando.
Foi assim, sem nenhuma pretensão, que o Matt com cerca de dois anos e meio aprendeu não apenas o alfabeto em português mas também em inglês. Navegando um pouquinho toda noite no I-pad do papai, ele encontrou vários vídeos com crianças repetindo o alfabeto nas duas línguas e lá ficava falando sozinho.
Eu e meu marido só de olho no que ele procurava, até que ele diz uma noite: "B, consonant". Eu achei que não tinha entendido direito, mas ele falou "C, consonant", "A, vowel". Tudo bem, não é "vowel", a pronúncia dele é "valho".
Então, ele diz o alfabeto inteiro e sabe muito bem quais são consoantes e quais são vogais. Posso dizer que como teacher de inglês conheci muita gente que não sabe o que é "vowel" nem o que é "consonant".
Não preciso nem dizer, né?? Very proud of my baby.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

CHEERLEADERS TUPINIQUINS

Tem algo que tem chamado cada vez mais minha atenção conforme passa o tempo. São aquelas pessoas que sentem uma necessidade absurda em serem o centro das atenções. Não sei se isso fica mais esquisito depois que se completa trinta anos mas fico observando principalmente as mulheres que são (ou se fazem de, acho isso mais provável) originais, maluquinhas, verdadeiras mulheres supersônicas. Estão em todas, desde o US OPEN até o Rock in Rio.
Fazem coisas que fazíamos quando tínhamos dezessete anos. Gostam que todos falem delas. Curtem todos os estilos musicais, desde country até heavy metal. Cheerleaders tupiniquins.
Até um tempo atrás, sentia repulsa por esse tipo. Hoje sinto um pouco de pena, uma vez que deve ser tão cansativo ter que se autoafirmar constantemente para o mundo. Ter que sempre ser a líder de outras mulheres que também não têm muito o que fazer com o seu tempo. Organizar jantares, festas infantis, animar casamentos, uma trabalheira sem fim. E mais, postar tudinho no Facebook.
E elas tem filhos, muitas delas. Não sei de onde conseguem tanta energia. Tenho só um e já fico exausta no fim do dia, com ânimo apenas para ir numa pizzaria, não numa festa de arromba.
Têm umas cinquenta "amigas verdadeiras" e quase todas carregam a mesmíssima bolsa e têm o mesmo corte de cabelo. Sem competição, é claro.
Que herança será que ficam para essas crianças que convivem nesse mundo? O que realmente importa já quase nem importa. Mas a aparência sim, essa não pode faltar.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DE LUA

Sempre achei bem difícil lidar com as pessoas que são "de lua". Ótimo humor num dia e no outro quase desligam o telefone na sua cara.
Eis que ninguém menos que o meu Matheus é assim também. O dia dele tem que começar bem lentamente. Ele não é de pular da cama às cinco da manhã, como o pai. Graças a Deus! Acorda mais tarde e não dá para apressá-lo muito, nem que eu esteja atrasada.
Depois de acordado, pelo menos meia hora antes de sair da cama. Antes de mais nada, muitos abraços para a mamãe. Talvez uma bolachinha na cama mesmo. Então, ele vem andando lentamente pelo corredor até chegar na sala. Aí toma seu Choco Milk e assiste um pouco de TV.
Nem pensar em trocar de roupa ainda. Muita calma nessa hora. Só uns vinte minutos depois é que troco o pijama pelo uniforme, ainda sem o total apoio do meu pequeno.
Quando ele já acorda conversando, tudo bem. É bom humor. Se ele acorda mais quieto ou resmungando, lá vamos nós. Tudo pode acontecer.
Claro que sou suspeita, mas para mim ele é a melhor criança do mundo. Aprendi a respeitar o tempinho dele. Tem coisas na vida que estão fora do meu controle, só entendi isso sendo a mãe do Matheus.
Além do mais, ele sempre nos surpreende. A "tia" da escolinha diz que ele é uma das crianças mais doces e amorosas da turminha do Infantil 2. Sempre participa das atividades e parece orgulhoso quando pode mostrá-las para nós.
Ele é de lua. Mas a lua dele é sempre aquela mais bonita, cheia, antes de chegar no alto do céu.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

TRÊS DIAS PARA NÓS, OS OUTROS PARA ELE

Se tem uma coisa na qual acredito piamente é que todo e qualquer casal precisa de um tempinho a sós às vezes. Esse tempo diminui drasticamente depois do nascimento dos filhos e cabe aos dois fazerem um esforço para que isso aconteça.
Meu marido e eu sempre fomos adeptos de uma boa D.R. Não aquela discussão de relação acusativa e sim como um enxerga o outro, nosso futuro, coisas assim.
Com planos de viajar, despachamos o Matheus para passar o feriado prolongado na casa dos avós em Ponta Grossa e apesar de sentir a falta daquele danado o tempo todo, eu e meu querido conseguimos nos reconectar um pouco. O tempo mudou e resolvemos não ir à praia e curtir as coisas que adoramos na nossa cidade.
Mas claro, o filho é o assunto da maioria das conversas. Ficamos refletindo como aquela coisinha tão pequena pode demandar todo o nosso tempo. Conversamos sobre a personalidade e a educação que estamos tentando passar para ele. Como os nossos atos afetam a vidinha dele. Se deixamos ele passar muito tempo na frente da TV. E chegamos sempre a uma conclusão, que o importante é ele ser feliz e tentar aprender com as frustrações óbvias da vida.
Sem ele em casa fica um vazio absurdo. Nenhum brinquedo no chão, a TV miraculosamente desligada, nenhuma mamadeira na pia. Uma paz um pouco perturbadora.
Em momentos assim é que me lembro do quanto um casamento depende de boas conversas, de coração aberto, de silêncios confortáveis. Só espero ainda estar fazendo questão disso daqui a trinta anos.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

TOLERÂNCIA ZERO

Carrinhos, jogos de montar, trenzinho, triciclo...nada disso realmente chama a atenção do Matheus ultimamente como a tecnologia doméstica. Ele mal chega em casa da escola e já começa: "sapo, xuxa, dodô, inha!!". Entre alguns outros.
O sapo é o principal. Sapo, pra ele, são os DVDs em geral pois tem música de sapo em tudo que é lugar. O i-pad, que um dia já foi do pai dele, também atende pelo nome de sapo. É só o maridão chegar que o pequeno olha pra ele e grita "sapoooooooo!!!"
A Xuxa, a quem eu jurei nunca me render nessa vida, é a nova febre aqui em casa. Detalhe: existem dez DVDs do XSPB. (Pra você que é leigo ou novato, Xuxa Só Para Baixinhos). DEZ. Até agora só comprei três, mas já vi que não vou escapar dos outros. E é deixando todo meu orgulho de lado que digo que a loira chata até que tem umas músicas bonitinhas pras crianças.
O Dodô é um pouco mais difícil de explicar, pois é o nome de um personagem dos DVDs do Baby TV. Uma série inglesa produzida para crianças pequenas que é uma graça. Nesses DVDs existem várias atrações, entre elas um grupo de amigos que são criaturinhas mais que estranhas, mas muito amáveis. O Dodô é uma delas, mas para o Matheus todos eles se chamam Dodô.
E a Inha, ninguém menos que a Galinha Pintadinha. A Miley Cyrus da geração dos bebês. É tão famosa que basta o DVD chegar nas lojas para os pais desesperados esgotarem o produto em questão de dias.
Havia um tempo em que o Matt assitia um DVD inteiro, antes de querer trocar por outro. Agora, porém, a coisa fugiu do controle. Ele pede Ihna, vê dois minutos, pede Dodô, vê um pouco, quer trocar de novo e assim vai. Tento fazer meu papel de mãe e falo que ele tem que escolher um e ver inteiro, mas não adianta muito.
Ao menos o Matt se diverte pra valer com os vídeos, dança, canta e gasta energia. Mas a tolerância do pequeno DJ é quase zero.

sábado, 9 de julho de 2011

FÉRIAS ESCOLARES

Essas são as primeiras férias escolares que eu e o Matt tiramos juntos. Eu explico: como sou professora de inglês, tirei o mês de julho de férias para ter mais tempo para o Matheus nas férias dele.
Na verdade, hoje foi nosso primeiro dia de "descanso" juntos. Mas é agora que começa o trabalho de verdade, ainda mais quando se trata de um menininho bem espoleta e (graças a Deus!) cheio de energia.
Como ontem ele foi dormir tarde (já eram mais de onze da noite) imaginei que hoje ele iria acordar tarde, mais tarde do que geralmente acorda, ali por nove da manhã. Porém, oito e meia já estávamos os dois acordados e não tão prontos assim para começar o dia. Digo isso porque nem ele e nem eu ficamos cem por cento se acordamos antes das nove. Um problema genético.
Levantamos então meio contrariados e já na troca de roupa vi que teria muita reclamação de manhã.
Afirmo com convicção que não é fácil trocar de roupa em criança nesse inverno polar que desceu por aqui! Tira pijama, põe ceroula, calça, blusa, outra blusa, blusa de lã, jaqueta, tênis e "chapéu". É assim que ele chama o gorro, e eu não sou louca de discordar, correndo o risco de ele não querer usar.
Assim, fomos até o MacDonald´s tomar o café da manhã, que correu bem até ele invocar com um outro guri que também queria brincar naquele brinquedão das crianças. O menino de quatro anos falou pro Matheus: "Não precisa ter medo". Depois me deu um olhar tranquilizador e disse que ele também tinha medo das crianças "mais velhas". Fiquei pasma, óbvio.
Na hora do almoço ele recusou tudo, de sopa de feijão a nhoque. Acabou comendo três pãezinhos com requeijão e um pouco de abacate. E cada vez que eu falava: "Matheus, não quero mais ouvir reclamação hoje!" ele me olhava brabinho de baixo pra cima com os braços cruzados. E até ficava sem reclamar por uns trinta minutos, no máximo.
Depois de muito lidar com seus DVDs, que são os únicos "brinquedos" que realmente interessam nessa fase avançada de quase dois anos e meio, era hora do piquenique que havia combinado com minha tia, meu primo-afilhado e sua namorada. O papai hoje tinha que trabalhar.
Duas e meia no parquinho do Barigui (parque, não shopping). Acho que ele precisava mesmo era de ar fresco e coca-cola pois depois de muito dos dois, o humor melhorou bem.
Passamos uma tarde super legal em família, ele brincou até cansar. Quando chegamos em casa meu amor já estava aqui, o que fez o pequeno se animar de novo...
Agora são dez e meia da noite e eu ainda escuto o papai cantar pro bebê dormir.
E esse foi apenas o nosso PRIMEIRO dia.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

"DAUGHTER"

O Matheus é uma criança que sempre me surpreende nos momentos mais inusitados. Esses dias na volta da escolinha, estávamos nós dois no carro escutando a rádio quando de repente começa a tocar "Daughter", do Pearl Jam.
Adoro essa música, como tudo do Pearl Jam e comecei a cantar alto pra ele que achou aquilo muito engraçado. Cada vez que eu cantava, talvez por ser em inglês, sei lá, ele se rachava de rir. E assim foi até o final da música. Então, foi ele que começou a falar "inha, inha!". Trata-se do ídolo maior dele, a Galinha Pintadinha. Ele queria que agora eu cantasse a música da Inha, que consiste basicamente em dizer có-có-có.
Eu tentei ignorar o pedido, uma vez que já escuto essa Inha umas cem vezes por dia em casa. Mas ele continuou, cada vez mais alto e animado. "Inha, Inhaaaaa!". Era como aquele povo que fica gritando "Toca Raul" em qualquer show que estejam.
Tudo bem, vai. Por filho a gente faz tudo mesmo....có-có-có-có-có-cóóóó....
Ele, feliz e animadíssimo com a música, cantou junto comigo todo o caminho de volta até chegarmos em casa. Subimos até o nosso apê e imediatamente ligamos o DVD da ave famosa. Cada coisa a seu tempo, um dia ele também vai curtir Pearl Jam comigo.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

COLÔNIA DE FÉRIAS

Quando o Matt ainda não era nascido eu já alardeava pra todos os cantos que quando ele fizesse seis meses eu já iria viajar pra algum lugar. Mais uma vez, me enganei redondamente. Com seis meses, o coitadinho estava saindo da fase das cólicas e ainda estranhava quase todo mundo que não fosse pai e mãe. Nem eu como mãe me sentia pronta pra deixar o meu filhote.
Depois que ele fez um aninho e eu achei que as coisas fossem ficar mais fáceis, ele entrou em uma outra fase. Aquela em que a criança começa a querer andar e isso durou mais de quatro meses. Difícil deixar com os avós assim. Além do mais, ele ainda não conseguia ficar por muito tempo longe da gente. Nem nós dele.
Foi quando ele fez dois anos que as coisas foram tomando um rumo mais tranquilo. O Matt começando a falar e a reconhecer bem as pessoas. Meu marido e eu precisando realmente de um tempo pra nós. Assim, decidimos finalmente viajar pra uma praia não muito longe daqui, de carro, caso precisássemos voltar rapidamente.
O Matt, no auge da paixão pelos avós, nem se deu conta quando os mesmos vieram buscá-lo aqui na minha casa pra passar os quatro tão esperados dias na sua cidade. Foi embora sem olhar pra trás.
Eu achava que na primeira noite longe dos pais, em outra cidade, ele fosse chorar. Mas não. Ele não. Acontece que quem chorou mesmo fui eu. Como há muito tempo não chorava.
Depois de sair jantar com meu querido, chegamos em casa e lá estavam todos os brinquedos do meu pequeno, espalhados pela sala. O apartamento num silêncio total. Fiquei até meio perdida sem ter ele pra cuidar e só me restou chorar muito, de saudades mesmo. Até cheguei a ficar na dúvida se no dia seguinte nossos planos ainda estariam de pé.
Mas nada como um dia depois do outro. No outro dia meu amor me acordou com café na cama (fazia muito tempo que não dormíamos uma noite inteirinha, só nós dois). Era meu aniversário e o dia estava lindo, nenhuma nuvem no céu. Minha mãe me disse que meu filho tinha dormido super bem, sem nenhum problema.
Aliviados, subimos no carro e passamos quatro dias revigorantes na nossa amada Floripa. Uma verdadeira segunda lua-de-mel.
Domingo a saudades era maior do que nunca. Tomamos o café da manhã e viemos direto pra Curitiba. Quando vimos nosso fofo chegando de carro com os avós com aquela carinha sapeca e risonha dele é que percebemos que fizemos a coisa certa no momento certo. Sem (grandes) sofrimentos pra nenhuma das partes.
Mas acho que uma coisa é certa, se for sempre assim, a colônia de férias na casa da vovó vai rolar todo ano.

terça-feira, 24 de maio de 2011

O FIM DA ERA DA PECA

A visita à dentista não só abriu nossos olhos para ter mais cuidado com as cáries que podem aparecer se os dentinhos não forem BEEEEM escovados como também para o uso da chupeta. A "peca", amiga de todas as horas. Companheira de viagem. Uma mão na roda na hora das reclamações. Imprescindível na hora de dormir. A peca foi parte da família desde sempre.
Mas os dias da pobre estavam contados. Uma semana depois do dia da anestesia para o tratamento dos dentinhos, resolvemos que era "agora ou nunca", uma vez que a doutora falou que a mordida do Matt já estava sendo prejudicada e que se tirássemos logo não traria problemas no futuro.
Como não estávamos perto de nenhuma data em especial pra fazer uma troca com o Noel ou o Coelho, dissemos que ele ganharia algo bem legal no próximo passeio, mas que a peca iria ficar na loja. Ele, no auge dos seus dois anos, não pareceu entender muito daquela conversa.
Começamos a missão numa segunda feira em que ele estava de ótimo humor. Isso sempre conta, e muito. Fomos ao shopping, comemos pizza, ele se esbaldando como sempre. Aí fomos à uma livraria que tem um espaço muito legal para as crianças e lá avistei algo que sabia que ele não iria resistir: um quadro negro com letrinhas coloridas de imã. Quando viu o presente, não quis saber de mais nada. Para o Matheus, que adora números e letras, era o ideal.
Assim, nos dirigimos ao caixa e falei pra ele: "você vai ganhar esse presente mas a peca vai ficar com o 'tio' da loja, tá?" Os dois, Matheus e o caixa, me olharam com a mesma cara. "Whatever, moça"
Quando voltamos pra casa, ele já estava "acabado". Banho, mama, escova de dentes e ...peca? Não, cama. Sem peca. Lá fui eu com o Matt para o começo de uma noite que ninguém sabia como iria acabar.
O começo não foi tão traumático quanto achamos. Pelo menos a parte de fazê-lo dormir. A confusão começou mesmo ali por umas 3 da manhã, depois que ele mamou um pouco de chá e, (OH MY GOD!) cadê a peca????
Esse menino procurou a dita pela cama inteira, nos olhando com desespero e perplexidade. Tipo: "Dá pra me ajudar aqui, por favor?!"
Depois de uma hora aos berros, eu disse BERROS, ele acabou dormindo de novo no colo do papai. Todos exaustos. Tudo de novo na duas noites seguintes.
Com o tempo ele foi se conformando e já faz um tempinho que não procura mais. Porém, a peca não fez apenas falta na vidinha do pequeno, mas na nossa também.
Não vou mentir. Era maravilhosamente reconfortante enfiar a chupeta na boca do Matt quando ele ficava chatinho e cansado. Ou então no meio da noite quando acordava sem motivo ou durante as idas e vindas de carro pra cidade dos nossos pais...
Bons tempos, esses da peca!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A CADEIRINHA DE FORÇA

Tudo começou com uma já atrasada visita à dentista pediátrica, quando o Matheus fez dois anos e um mês. Como de costume, foi só ele ver aquela criatura sorridente vestida toda de branco que desatou a chorar. Dentro do consultório, diversos tipos de brinquedos para distrair o pequeno paciente enquanto conversávamos com a doutoura, muito calma e tranquila.
A conversa levou uma meia hora e então, sem mais escapatória, era hora do exame. A primeira tentativa foi na própria cadeira que todos nós usamos quando vamos ao dentista, mas não rolou. Era como segurar um lambari dentro d´água.
A segunda e quase imprópria solução era uma pequena cadeira de força. Eu explico: a cadeirinha (toda estampada com o Mickey) segurava não só as pernas, mas as mãos e braços do bebê. Sem dúvida uma cena que nenhum pai gostaria de presenciar, mas não havia como examinar os dentinhos se não fosse assim. Sou testemunha disso.
Ali, diante de berros e mais berros a dentista pôde então fazer uma limpeza superficial e avistar duas cáries e muita placa.
Ai, Jesus....jurei que sempre limpamos a boca dele, desde bem pequeno, mas que escovar os dentinhos era mesmo bem difícil.
A técnica para isso é nada mais que segurar a criança e tacar escova adentro, pra escovar de verdade.
O problema do Matt é que ele já tinha as duas malditas cáries e foi necessário até anestesia geral pra fazer a retirada delas e uma limpeza mais profunda. No dia do casamento de Kate com seu Príncipe William, estavam dois ansiosos pais na sala de espera de um consultório esperando pelo seu bebê. Nesse procedimento, a dentista encontrou mais uma, o que nos fez esperar por quase três horas. Meu dia foi bem diferente do da Kate.
Agora todas as noites vamos para o banheiro escovar os dentes. Ele pega a minha escova e escova os meus. Quando chega a minha vez de fazer o mesmo ele não gosta muito e a ajuda do papai é quase sempre requisitada.
Quando lembro daquela cadeirinha de força, arranjo ânimo na mesma hora pra não passar por essa outra vez.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

FINALMENTE, O PIJAMA

Tudo muda na vida de um casal com filhos, até as roupas. Meu marido sempre reclama quando vamos sair de casa sem o Matheus, que já está todo amarrotado pelo pequeno que ficou chorando porque queria ir junto.
Na verdade, acho que o melhor para aqueles que têm filhos pequenos era usar "uniforme de pais", que consistiria em moletom e tênis. Vestimenta própria pra correr, rolar no chão, se sujar com a comida do filho e etc.
Claro que depois que o primeiro filho nasce, passamos a observar mais outros casais que estão na mesma fase de vida e é cada vez mais comum ver os amassados e suados papais correndo atrás da prole nos shoppings. Com o Matheus é assim. Ele chega e já sabe exatamente todos os lugares que gosta de brincar e as guloseimas que quer comer. E lá vamos nós atrás dele.
Também não se vê muitas mães vestidas com camisa por dentro da calça, usando cinto. Ah! e nada daquele "cardigan" colocado nos ombros, no melhor estilo ""Batel Soho". Assim só aquelas que têm babá. Sem contar o salto, que virou sapatilha ou no máximo, anabela.
Então, uma ou duas vezes por mês, chamamos a baby sitter e nos arrumamos como antigamente. Ele, perfume. Eu, meia calça. Olhando no espelho do elevador, porém, meu marido já diz que está todo amassado. Eu nem sempre tenho tempo pra achar aquele brinco que só uso pra sair.
Durante o jantar no restaurante, tentamos falar sobre outros assuntos mas o Matheus é sempre o principal. Uma hora e meia depois já é tempo suficiente para estarmos morrendo de saudades do nosso fofo e tudo que queremos é chegar logo em casa, enchê-lo de beijos e dormirmos todos juntos. De pijama bem confortável, claro.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

"XEÁ?"

Eis que finalmente nosso filhote está soltando a língua de vez. Com dois anos e quase dois meses, o Matheus agora resolveu que é melhor começar a falar e se dar bem do que fazer manha e não conseguir o que quer.
Como já contei aqui, primeiro foram os números, que ele ainda fala muito, até hoje. Tamanha é a sua pequena obsessão por eles que uma noite dessas o Matt acordou no meio da noite, disse "seeeiiishhh" e voltou a dormir imediatamente. O que será que sonha uma criaturinha dessas??
No caminho de casa para a escola é só o Matheus falando os números que vê pela cidade, às vezes até demoro pra enxergar onde é que ele está olhando. Placas de carros, números de casas, números de telefone nas placas de "aluga-se". Everywhere.
As vogais também ele já fala em ordem. Se bem que anteontem ele falou direitinho "a e i o u" e acrescentou um seteeeee no final. Claro, A E I O U, SETE. Pra ele deve fazer todo sentido.
Acho que tanto quanto os números ele só gosta de música. É um exímio dançarino, que já faz até as coreografias dos vídeos que vê. Sai dançando e rebolando de uma maneira mais que contagiante e fica observando se estão todos olhando aquela dança maravilhosa, pedindo aplauso. Canta várias partes das músicas com total convicção e, por que não dizer, talento.
Mas outras palavrinhas também já fazem parte do seu vocabulário, como "luz", que agora aprendeu a apagar e acender. "Boa noite" para os brinquedos na hora de dormir. "Abi" e "fechá", entre várias outras.
Porém, tem uma palavra que é especial, um hábito que ele herdou tanto de pai como de mãe. "Xeá". Eu explico. "Passear". O fofucho adora sair de casa e badalar. Às vezes acorda às 5 da manhã, me olha e fala "xeá!?" Totalmente aterrorizada, digo seriamente que ainda ele ainda tem que dormir bastante, nada de "xeá". Por ele, vamos "xear" todo dia.
Não...ele ainda não fala muito aquelas duas palavras, mas aviso aqui quando ele começar a nos chamar de papai e mamãe. Um dia...

quarta-feira, 23 de março de 2011

BATOM VERMELHO E CALÇA JEANS

Quando se está grávida não há outro jeito senão apelar pra roupas mais largas e confortáveis. No primeiro trimestre ainda dá-se um jeito com as roupas que se tem, mas depois....só há uma maneira: improvisar um guarda-roupa novo.
Quando estava esperando o Matheus reparei que havia uma loja própria para gestantes bem perto da minha casa. Não pensei duas vezes, lá fui eu comprar roupas de grávida assumida. O problema com essas lojas é que você acaba usando aquela roupa por pouquíssimo tempo e paga-se bem caro por elas. Ainda não entendi porque uma bata precisa custar mais de cem reais se for para uma gestante.
Depois de um tempo de gravidez, lá pelo sexto mês, me dei conta que não era preciso gastar tanto. É óbvio que é possível encontrar ótimas roupas de todos os tipos nas lojas mais populares, como C&A e Renner.
Como meu último trimestre foi no verão, adquiri vários vestidos, batinhas, saias e aquelas sandálias baixinhas e confortáveis.
Ah, nada como o conforto de uma gravidez. Nada de jeans apertado ou blusas que a gente precisa encolher a barriga. Nada daquelas sandálias de salto alto que fazem a gente perder o equilíbrio nas calçadas de Curitiba.
É só colocar aquele vestido larguinho ou aquele moletom de fim de semana que está tudo certo. Certo?
Pois vou dizer, erradíssimo.
Uma das coisas que eu mais queria no final da gestação e nos primeiros meses com o Matt em casa era entrar de novo nas minhas antigas calças jeans, colocar uma sandália super desconfortável e um lindo batom vermelho.
Demorou um pouco, mas cheguei lá. Nesse dia feliz, fui jantar com meu querido em um restaurante "hip" e me senti novamente parte do mundo real.
Às vezes não tem como a gente não concordar com os homens....afinal, quem entende realmente as mulheres?

domingo, 13 de março de 2011

SETEEEEEE

É difícil de acreditar, mas meu filho aprendeu os números antes mesmo de aprender a falar. Como sempre foi muito curioso e observador, os símbolos chamam bastante a sua atenção.
Tudo começou com o empenho do sempre atento papai que brincava com o Matheus com um brinquedo de montar, que da peça maior até a menor forma uma torre. Cada peça tem um número do 1 ao 10.
Era um sábado à tarde e eu no outro quarto ouvia a brincadeira. O papai falava os números e o pequeno tentava repetir, até que acabou conseguindo balbuciar alguns deles.
Depois veio um outro brinquedo dado pelos avós que consistia numa caixinha de madeira. Lá dentro estavam os números e objetos indicando quantidades. Mais um passo para o aperfeiçoamento do Matheus. Esse brinquedo viajou junto até para a praia e lá ia ele repetindo dia e noite.
Nossa última semana de férias foi em Ponta Grossa, na casa dos meus pais. Lá também mora o tio Bulu, que contribuiu com o terceiro e derradeiro brinquedo numérico: Uma sacolinha de plástico cheia de grandes e coloridos números de borracha. Sucesso total. O pequeno amou.
Praticou tanto que acabou falando a sua primeira palavra perfeita, o "sete". Era "seteeee" pra cá e pra lá o dia todo. Ele procurava o sete no controle remoto, nos relógios da casa, nos descontos das vitrines do shopping. Se acordava feliz, a primeira coisa que falava era "seteeee".
Tudo bem, ele mal fala "papai" e "mamãe" ainda. Mas não faz mal, nessas férias o "sete" alegrou as nossas vidas.

MATT NA PRAIA

Levar o Matheus pra praia esse ano foi bem diferente do ano passado. Quando tinha um aninho só, ele abriu o maior bocão ao ver todo aquele mar barulhento e aquelas pessoas naquele lugar esquisito. Esse ano não.
Como viajamos novamente em uma época bem mais tranquila que a alta temporada, a praia e o hotel estavam bem sossegados. Na verdade, nos últimos dias estávamos só nós e uma outra família. Perfeito.
Como no ano passado, meus pais também foram curtir o netinho em seus dias de férias. Nossos quartos ficavam no mesmo andar e a primeira coisa que o pequeno fazia ao acordar era correr até o quarto dos avós. Aí voltava pra colocar o calçãozinho e passar MUITO protetor, que ele adora e ajuda. Então íamos todos para um belo café da manhã e depois...praia!
Entretanto, essa parte tinha um pequeno obstáculo. A areia fofa. Matheusinho não gostava de enterrar seus fofos pezinhos nela e era levado no colo até a areia mais lisa. Lá, ia aos poucos se acostumando com a ideia daquela "coisa" em contato com os pés. E logo já estava na beira do mar, fazendo a maior farra.
Na volta, quando era inevitável pisar na dita areia, corria para o colo da vovó e tentava tirar grão por grão, sendo logo socorrido por uma toalha.
Ás vezes ele mesmo cansava da praia e se dirigia à piscina da pousada, o que fazia todo mundo sair correndo atrás do menino.
A comida que mais fez sucesso esse ano foi o milho cozido. A surpresa foi o camarão à milanesa, que ele adorou. O empenho foi o mini-bar do apartamento, cheio de refrigerantes de todas as cores. Mas estávamos em férias e isso inclui nosso bebê também, né? Tivemos que liberar um pouco.
Os seis dias passaram mais uma vez voando. Tão pouco tempo pra esperar mais um ano inteiro. Com certeza ano que vem o Matheus já será uma criança totalmente diferente da que levamos esse ano.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

PERDA

Uma vez minha mãe me contou que engravidou de novo um pouco depois que eu nasci, mas que acabou perdendo o bebê. Um aborto espontâneo, como dizem. Lembro que na época não dei muita importância ao fato. Várias vezes escutei mulheres contando a mesma coisa. Uma amiga bem próxima também passou por isso, mas como o aborto espontâneo geralmente acontece bem no começo da gravidez, não parece trazer grandes traumas.
Mas traz. Não trauma, mas a tristeza profunda de perder um bebê que já fazia parte da sua vida. Não por ser a perda de uma história, mas sim de toda uma expectativa. De todos os planos que são feitos ao longo de dez semanas.
Acho que as mulheres se fazem de forte, até para tranquilizar os que as amam nessas horas. Minha amiga falou que na hora da curetagem, teve a sensação que iam lhe amputar um braço. A sensação é essa mesmo, de que vão tirar algo que faz parte de você, que te pertence, que você não quer tirar.
Levei um certo tempo para me acostumar com a ideia de que não estava mais grávida, que meu bebê não ia mais nascer no final de agosto, que vou ter que deixar as roupinhas que ele ou ela ganhou para o próximo bebê, quando ele vier.
O que eu posso afirmar, com segurança, é que tenho muita sorte por ter pessoas maravilhosas na minha vida que me ajudaram a passar por esse momento. Em especial, muito especial mesmo, meu Matheus com seu sorriso cheio de espontaneidade e seus abraços de ursinho. Como sempre comento com meu marido, o Matheus é tudo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

AFINIDADES

Se existe algo que pode realmente conectar a gente com outra pessoa são as afinidades. É possível ter afinidade com quem você mal conhece. Basta uma só conversa e dá pra sentir os santos batendo um "high-five". Já outras você passa a vida tentando entender, mas as diferenças falam mais alto.
Uma das pessoas com quem mais tive afinidade na vida se chamava José. Afinidade não tem idade. Ele era pelo menos cinquenta anos mais velho do que eu, mas isso nunca fez diferença.
Também não era das pessoas mais fáceis de se conviver. Tinha um jeito muitas vezes estressado. Eu e ele tivemos nossas brigas pois eu também posso ser bem teimosa às vezes. Ou como dizem meus irmãos, uma ararinha.
Não importava se era a inflação ou o tempo chuvoso, quase tudo era culpa do governo. Ficava fulo com coisas que não podia controlar e isso nunca fez bem à sua saúde.
Foi com José que eu vi E.T. no cinema pela primeira vez. Foi ele quem me levou aos Estados Unidos, maior sonho da minha vida de criança. Foi ele quem me ensinou a gostar de Agatha Christie.
Quando morávamos na mesma cidade, aparecia em casa todas as manhãs. Ele às vezes levava algo pra mim, como um brinquedo quando era eu mais nova e depois de adulta uma revista ou algo assim. Eu às vezes fazia para ele um bolo de fubá ou laranja, seus preferidos.
Foi uma segunda cirurgia no coração que levou meu avô querido. Minha mãe diz que ele só estava esperando por mim para finalmente se despedir no hospital. Acho até que era verdade, pois ele se foi logo depois.
Fiz um bolo para levar pra ele naquele dia, acho que era de fubá. Não queria aceitar o que estava para acontecer. O doce era um jeito de dizer: "Você não pode ir ainda, fiz um bolo pra você".
Ele se foi há seis anos e eu sinto a sua falta todo dia. Mas sei que é ele quem olha pelo meu filho e agora meu novo bebê, reclamando lá do céu.

domingo, 16 de janeiro de 2011

PONTO FRACO

Como todo mundo, também tenho um ponto fraco: o vinho. Pra mim, é realmente difícil abrir mão dele. O vinho faz parte do ritual de uma boa refeição, seja ela com o maridão ou com os amigos. Como é boa a sensação de sentar-se em um restaurante, o garçom abrir a garrafa na sua frente e tomar aquele primeiro gole, sentindo o aroma e o sabor tão característico.
Diante de uma garrafa de vinho tive dezenas de conversas que decidiram, bem dizer, o futuro da minha vida. Muitas vezes planejando o futuro com meu querido, ou então tendo uma bela D.R. Outras mil conversas existencialistas com os amigos de longa data. Outras só falando muita bobagem mesmo. Apesar do vinho, lembro de quase todas.
Por isso fica óbvio como é difícil pra mim não mais beber uma taça de vinho quando estou grávida. Ai, ai. É difícil! É como se um jantar perdesse metade da graça sem ele. E sempre fico na dúvida. O que vou pedir? Não gosto muito de refrigerante, e tomar suco com um belo prato de cordeiro com massa é realmente deprê. Não é?
Quando fiquei esperando o Matheus foi pior. Era inverno, eu não tinha filhos e as festas aconteciam semanalmente, assim como os jantarzinhos. Foi mesmo uma desintoxicação.
Dessa vez tem sido mais tranquilo, está quente demais e como prefiro vinho tinto ao branco, estou mais conformada. Com o Matheus, temos ido muito mais a restaurantes do tipo pizzaria ou de qualquer coisa que não demore muito para ser servida. Nada de entrada e sobremesa. "engoliu a pizza, querida?" "Sim, meu amor, sua vez".
Tudo pelos bebezinhos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O SEGUNDO PRIMEIRO DIA

Hoje foi o segundo primeiro dia de escolinha para o Matheus. Explico: hoje ele foi para uma outra sede da mesma escola que ele "estudou" no ano passado, ou seja, lugar novo, tia nova, tudo novo.
Confesso por mim e por meu marido que estávamos um pouco ansiosos, pois passamos três semanas de férias no bem-bom da casa dos avós no interior do Paraná, com direito à piscina, batata frita, refrigerante, gaveta de chocolates, mimos de todos os lados.
Mas chega um momento que até um menininho de um ano e onze meses tem que voltar pra vida real, e isso inclui a volta "às aulas".
Chegamos em Curitiba no domingo e segunda feira acordamos mais cedo para o primeiro dia. Depois do café da manhã tradicionalíssimo em família, era hora de deixar o Matheus viver suas novas e emocionantes experiências na escola, que agora não é mais berçário, mas sim "infantil".
Ai, ai, o que posso dizer? A primeira fase de "estudos" da nossa coisinha fofa já tinha ficado para trás. Ele ia agora passar para outra etapa da sua vidinha.
Chegamos os três às onze da manhã e ele pareceu gostar do lugar, repleto de brinquedos que qualquer criança gostaria. A tia era um rosto conhecido pra ele, pois ela tinha passado um tempo no berçário. Ela o levou pra ver os brinquedos e nós dois ficamos conversando com a nova diretora, que fazia seu papel de acalmar os pais e dizer que estávamos fazendo a coisa certa.
Quando o Matheus deu pela nossa falta, chorou. Mas, dessa vez, diferente do ano passado, não durou muito, nem ficou tão desesperado.
Mais tarde quando fomos buscá-lo, encontramos um menino suado, sorridente e animado,que distribuiu sorrisos e beijos para todos na hora de ir embora. Coisa que não acontece muito.
Enquanto escrevo estas linhas ele dorme um sono profundo, ou apenas o sono merecido de quem estava precisando de férias das férias.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A NOVA BOLINHA

Se tem uma coisa que eu tinha certeza era que se eu engravidasse de novo, iria tirar de letra. Eis que dia 31 de dezembro resolvi fazer um teste de farmácia, devido a um atraso de mais de três meses. Quando vi os dois risquinhos cor de rosa, quase tive um ataque do coração. Mais um bebê? Sim, estávamos tentando. Não, não deveria ser nenhuma surpresa, mas repito, quase caí de costas.
A diferença é que dessa vez não esperei até de noite pra contar para meu marido, que descansava tranquilamente com o Matheus na rede na casa da minha mãe, onde estávamos passando parte das férias. Cheguei com o bastãozinho e disse: "Feliz Ano Novo, querido!". Ele me olhou atônito e me beijou. Se eu tinha certeza? Bom, os testes de farmácia raramente dão errado, mas o beta de laboratório era imprescindível.
O resultado saiu dali umas duas horas, e indicou que estava grávida de umas quatro semanas.
Tudo indica que não, eu não vou tirar de letra. Na primeira gravidez tudo é novidade. Você pode sentir o enjoo matinal tranquilamente, comer bolachinhas antes de levantar da cama, tudo feito lentamente. E com um menininho de quase dois anos, que às vezes acorda de bom humor e às vezes não muito? Que você tem que vestir, escovar os dentinhos, tentar fazer comer alguma coisa, levar pro carro, colocar na cadeirinha, junto com toda a tralha, até deixar o pequeno na escola?
Certamente não poderei me dar ao luxo dessa vez de me sentir uma grávida com direito a todos os incômodos sintomas do começo e desconfortos do final. Hoje tenho filho pra criar, não dá pra ter frescura!
O jeito é incorporar o lema de Obama e pensar "YES, WE CAN!". Meu querido diz que não tem erro, vamos nos sair super bem. Adoro o otimismo dele, é o que me dá força e segurança sempre.
Hoje fomos fazer o primeiro ultrassom, e lá estava a bolinha dentro da outra bolinha, tão pequena que nem o coraçãozinho batia ainda. Mesmo sabendo de todo o trabalho que a micro bolinha vai nos trazer, a felicidade é imensa. Agora nossa família está completa. É só curtir.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CHUVA DE CUPIM

Vou relatar aqui um evento real que aconteceu no outono desse ano, quando decidimos reformar nossas pequenas salas de estar e jantar para que o Matheus tivesse mais espaço e enfim conseguisse andar sozinho.
Eis que um dia estava eu fazendo uma faxina nos armários quando reparei que os cantos estavam cheios de um pozinho daqueles que os cupins fazem. Pensei na hora que antes da reforma seria mais do que necessário uma dedetização, pros malditos insetos não ocuparem os móveis novos.
Conversei com meu marido e ele falou que era importantíssimo primeiro acharmos o foco dos cupins. Assim, e só assim, eles iriam sumir de verdade.
Desde que nos casamos moramos no mesmo apê e se tem uns bichinhos que sempre estiveram presente aqui são as formigas. Não cupins, formigas. Viviam zanzando pela cozinha e testamos várias receitas caseiras pra sumir com elas, sem sucesso. Às vezes apareciam mais, às vezes menos, mas sempre tinha alguma perdida por ali.
Nessa época dos cupins elas estavam a toda de novo, renascidas dos infernos das formigas. E essas sim tinham uma "trilha" muito bem determinada, que subia pelo vão da porta da cozinha, mas ali elas desapareciam. Era muito estranho.
Enfim, Não queríamos nem um tipo de bicho nem outro perto do bebê. Compramos veneno pros dois tipos de inseto.
Meu marido, como já foi dito anteriormente aqui, é um pai exemplar, porém esse tipo de coisas do lar não é muito a praia dele.
O evento se deu numa sexta à tarde, quando o Matheusinho estava na escolinha e (Thank God!) não viu o acontecido.
Meu amor falou que ia subir numa escada e resolver o problema das formigas colocando o veneno em todo batente da porta da cozinha. Eu, tranquila, fui tomar um banho enquanto ele resolvia aquilo.
De repente, no meio do banho entra meu marido nu, desesperado e gritando "CUPIM! CUPIIIIIM!". Eu logo vi que aquilo não ia ser um banho a dois e saí rápido do chuveiro.
O homem não dizia coisa com coisa e fui ver o estrago na cozinha. Quando cheguei lá, vi que o relógio DE MADEIRA que tinha logo em cima da porta estava infestado de formiga e cupim, e não foi difícil deduzir que quando ele tirou o meu lindo reloginho trazido de Gramado da parede, uma chuva de bichos caiu em cima dele. Logo dele, tadinho, que ODEIA qualquer tipo de inseto.
Enfim, foi relógio, roupas, pano de chão, tudo pro lixo, tamanha era a quantidade de cupim e formiga.
Depois disso, ficou moleza pro cara da dedetização.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

MATHEUS X OZZY

Aqui nessa casa já tive duas crianças. O primeiro a chegar foi um filhote de lhasa apso, branco e preto, que atendia pelo nome de Ozzy. Do xará famoso, ele herdou a autenticidade e o jeito maluco de ser. Nunca, nem agora com o Matheus, nossa casa foi tão bagunçada. Esse era o tipo de cão que até sabia onde era o lugar que deveria fazer as necessidades, mas só fazia lá se estivesse a fim naquela hora. Lembro que ele era super agitado, queria brincar o tempo todo, tanto que eu e meu marido ficávamos os dois encolhidos no meio da cama na hora de dormir, no escuro total, sem nem respirar direito, pro bicho não perceber que estávamos acordados e assim não começar a latir. Nem TV no quarto a gente via mais. Sem dúvida, uma situação pra lá de ridícula.
Preguiçoso que era, parava na hora que cansava de um passeio e ninguém conseguia fazer o Ozzy andar. Empacava que nem burrico. O jeito era pegá-lo no colo e andar com ele até em casa. Claro que ele cresceu mais do que o esperado. Pesava uns doze quilos, e mesmo assim achava que era um bebê de colo, manhoso que só ele.
Apesar de todo o rolo, a gente adorava o sem-vergonha, que era muito brincalhão e super carinhoso.
Nosso dilema começou com a descoberta da minha gravidez. Parece até que ele já sabia que iria perder o trono de reizinho da casa.
Se já fazia xixi fora do lugar, agora então era por toda parte. Era só colocar um jornal em cima do xixi, que ele fazia de novo, só que exatamente na frente do papel.
Cada vez que saíamos, na volta encontrávamos nossa sala invadida pelo rolo desenrolado de papel higiênico, tapete revirado e sapatos mordidos.
Eu, grávida, não aguentava mais limpar a casa mil vezes por dia. Foi então que a ficha começou a cair: era hora de mudar nosso bichinho de lugar.
Acho que foi uma das experiências mais tristes que já tivemos. A bolinha de pelos foi primeiro pra casa da minha mãe, onde começou a infernizar o outro lhasa que mora lá e que é muito mais calmo. Assim, ele mudou-se definitivamente pra casa de uma pessoa que trabalha com meu pai, e lá está até hoje.
Dali a uns seis meses chegou o Matheus, que agora também põe a casa abaixo. Eu e meu marido muitas vezes percebemos coisas em que os dois são parecidos. Acho que não importa o tipo, os bebês são mesmo igualmente fofos e sapecas.
Fico imaginando como seria ter os dois morando juntos no nosso apartamento, que não é muito grande. Saiu o Ozzy, chegou o Matheus, ficou a bagunça e a diversão.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

OS HOMENS

Ah, os homens....
Eles podem ter cursado a faculdade, feito estágio nos melhores lugares, estudado muito na pós e depois no MBA. Com toda certeza alguns redigiram monografias super elogiadas pelos maiores mestres e facilmente encontraram um ótimo emprego ou abriram sua própria e próspera empresa.
Apesar de todos esses e mais alguns outros atributos, quando se trata das coisas caseiras, nem sempre eles são tão....digamos, ligados.
Outro dia, meu marido não conseguia encontrar a maionese.
Perguntou: "Querida, cadê a maionese?"
Eu: "Na porta de geladeira, amor.
Ele:"Já procurei, não tá..."
Eu:"Já vou aí ver."
Assim que abri a geladeira, vi que a maionese estava sorrateiramente escondida atrás da mostarda.
Eu:"Tá aqui, querido."
Ele:"Ah, é. Não vi..."
E assim vai. Meu irmão do meio acabou de ter um bebê lindo. Minha cunhada, ainda de dieta, pediu para ele comprar macarrão cabelo-de-anjo. Lá foi ele ao mercado e, tranquilo, comprou macarrão parafuso, afinal, aquele é o formato de cabelo que tem um anjo. Pelo menos rendeu muitas risadas da nova mamãe.
Não acho que isso aconteça somente na minha família, já que uma vez uma amiga me contou que chegou do trabalho e percebeu que o vaso do banheiro estava entupido. Cansada, sentou na sala pra ver a novela. Depois resolvia. Chegou o maridão e falou:"benhê, o vaso tá entupido de novo." Ela suspirou, disse que já sabia e depois ia colocar um produtinho que resolvia. Ele, insatisfeito, pegou um baldão de água e foi dar uma de provedor da casa. Ela só escutou: CHUÁÁÁÁÁÁÁÁ´!!!! Toda água pra fora do tal vaso. Agora ele que limpasse, né?
Sorte a deles que crescemos vendo nossos pais fazendo as mesmas coisas e nossas mães sempre mostrando como a casa funciona. É algo que transcende gerações. O destino do Matheus e meu sobrinho Bernardo provavelmente não será tão diferente.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

FASES

Saber o que um bebê está pedindo através do choro ou dos resmungos não é nada fácil. O Matheus, quando recém-nascido, chorava muito no começo da noite. Minha obstetra disse: "São noventa dias de cólica, querida. Depois passa." Passaram-se os três meses e o choro continuou até os cinco meses, ou seja, cento e cinquenta dias. Meu plano de ter dois filhos foi completamente apagado, um só já dava bastante trabalho.
Depois, foi ficando difícil porque ele sempre foi grandão, e com cinco meses nem sinal do pequeno sentar sozinho. Naquela época, alguém me disse que com seis meses ficaria bem melhor, pois logo ele iria brincar sentadinho e sair um pouco do colo. Os seis meses vieram e foram, o Matheus ainda no colo. Só foi sentar firminho mesmo com dez meses.
Então começou aquela fase que eles andam segurando nas nossas mãos, fasesinha que acaba com as costas de qualquer pessoa. Ficou expert em andar assim, tanto que deu seus primeiros passos sozinho lá por um ano e quatro meses, com a torcida constante de papai e mamãe.
Recentemente escutei que assim que ele começar a falar, aí sim, vai ser moleza, já que ele vai poder oralizar o que quer, não vai ficar brabo quando não entendermos alguma coisa....essa eu quero ver.
Já a diretora de escolinha disse que até os três anos eles não gostam de ir ao shopping (o que não parece ser o caso do Matheus) nem restaurantes (pra isso a paciência dele é curta mesmo), pois são programas de adultos, não de bebês.
Claro que quando chegar aos três anos alguém vai falar que com cinco sim fica bom porque....bem, com certeza vai ter uma razão da qual não se pode discordar.
O interessante é que a gente realmente começa a esquecer das dificuldades, coisa que também me disseram, e que na época, não acreditei. O plano de ter mais um bebê foi retomado, posso dizer, com entusiasmo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

ATURGYL

Lembro exatamente o dia em que meu vício começou. Eu tinha uns doze anos e fui dormir na casa de uma amiga. Como tenho rinite desde que me lembro sempre andei com um daqueles remedinhos de soro comigo, mas nesse dia tinha esquecido. Passei a noite desesperada, dormi praticamente sentada. De manhã cedo, liguei pra minha mãe me buscar e chegando em casa meu pai me apresentou a salvação da minha respiração: O aturgyl. Ufa!! Posso dizer que foi realmente um alívio.
Por muitos anos esse bendito remédio foi o ar que eu respirava. E não só eu, meus irmãos eram também viciados, a ponto de negociarmos uma gota a mais no vidrinho daquele que estava acabando, pra não ter problemas à noite. Isso quando essa gota não era roubada sem que o outro visse na hora do banho... era praticamente um cartel.
Meu irmão do meio, coitado, tentou até tratamento com injeção pra respirar mais naturalmente. Melhorou, mas não cem por cento, tanto que ele ainda usa. Já eu e o mais novo...remedinho no bolso ou na bolsa sempre.
Mas com o tempo (e o ressecamento das narinas), começamos a procurar algo um pouco mais fraco. Passamos por vários até chegarmos ao que usamos hoje. Bem mais light e baratinho! O bom é que agora, todos adultos, cada um pode comprar o seu sem precisar roubar.
Não me conformo de às vezes ver meu marido resfriado, completamente constipado, e nem assim querer usar o negócio. Será que ele acha que vai virar dependente como eu? Já falei pra ele que não é bem assim, são anos de prática....
O que realmente chama minha atenção é meu filho Matheus. Desde sempre alérgico também, o pediatra indicou aquele sorinho, que ele nem liga de usar. Na verdade, parece que ele até acha bacana imitar a mamãe. Pra ele, pode ser o remedinho ou um tubo de adoçante em gotas. Ele enfia a ponta no narizinho, puxa o ar e faz cara de quem está respirando bem melhor. Tal mãe, tal filho.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

BEBÊS DE CARAS

Cada vez que vou ao salão não resisto e pego as mais novas revistas de fofocas. Na verdade, devo ser uma das poucas mulheres que não tem muita paciência de ficar sentada durante horas pintando o cabelo, então elas são uma boa distração.
Enfim, hoje peguei a última revista cuja capa era uma das mais badaladas celebridades brasileiras, daquelas que faz de tudo um pouco, e nada assim muito bem.
Lá estava ela, feliz com o filhinho no colo e, claro, bem produzida. Na entrevista dizia que o bebê é super calminho, que dorme a noite toda e que não dá trabalho nenhum. Coisa boa, não? Trabalho NENHUM!
Claro que o pequeno batalhão de babás devia estar bem escondidinho atrás de alguma cortina que não aparece nas fotos. Afinal, todas as mulheres famosas têm sempre exatamente a mesma resposta quando indagadas sobre sua prole. Os bebês são praticamente de pelúcia. Nunca, nenhuma vez, em nenhuma revista eu vi uma famosa dizer que o filho chora sem motivo, que não consegue amamentar, que faz seis meses que ninguém dorme no apartamento de quinze peças. Depressão pós parto, então? O que é isso? Algo me diz que elas realmente não participam do trabalho pesado e vão repousar nos seus aposentos quando o filho começa a berrar. Com certeza até o Príncipe Williams já levou a babá à beira da loucura numa noite ou outra.
Me pergunto o porque de tanta pompa e fingimento, uma vez que, se as celebridades abrissem o jogo, poderiam até ajudar as pobres mortais como nós.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

35 e 5

Nada mais natural quando encontramos pais com bebês do que perguntar a idade deles. Dos bebês, não dos pais. Quase sempre a resposta inclui não só o ano (se já tiver), como também os meses de vida. O Matheus, por exemplo, tem um ano e quase oito meses. Um e oito, como se diz.
A curiosidade pela idade de outros bebês sempre existe e os pais muitas vezes até adivinham a idade dos pequenos, devido à prática. Essa semana no elevador do pediatra tinha uma menininha com a mãe chegando junto conosco, tão ressabiada quanto o Matheus por estarem chegando no médico, ou "naquele cara que enfia um palito na minha goela".
A mãe perguntou se o meu já tinha dois anos, pois apesar da altura da mãe, ele é grandão. Eu disse que não. "Um e oito. E a sua?" "Dois e três".
Por sorte essa história de contar os meses pára ali pelos três ou quatro anos. Um alívio para os adultos, já que nem sempre pode ser confortável contar a idade, especialmente pra nós, mulheres.
Posso dizer com segurança que não gostaria de encontrar uma conhecida no elevador e ter que dizer: "trinta e cinco e cinco" e ela responder: "Essa é uma idade linda! Já aprendeu a fazer o próprio imposto de renda?"

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

ACONTECEU

Finalmente, o que eu mais temia, aconteceu. O Matheus se jogou no chão do shopping depois de levar um "não". O acontecido se deu ao fato de que, passando por uma loja de chocolates que ele adora, entrou faceiro e direto no doce preferido. Tudo bem, um chocolatinho só não faz mal. Compramos e ele comeu inteiro. Logo que acabou, saiu correndo e entrou de novo na loja, mas dessa vez a mamãe disse não, pois tinha acabado de engolir um inteirinho.
Revoltado e fulo da vida, se jogou no chão e começou a chorar. Aquele tipo de manha pura, nem lágrima saía. Enquanto isso, o povo passando por nós e com toda razão pensando "que tipo de pais são esses, que deixam isso acontecer?" Confesso que se tivesse ganhado um dólar pra cada vez que eu mesma pensei isso antes do Matheus nascer, eu teria agora uma casa em Beverly Hills...
Enfim, eu e meu marido nos olhamos e, sem sucesso, falamos firme com o pequeno, que estava no universo paralelo da birra, sem tomar conhecimento da nossa presença.
O jeito foi catar o danado, que no colo deitou a cabeça no ombro do pai, no melhor estilo "como sofro" e assim foi até o carro.
Chegando em casa, agiu como se nada tivesse acontecido, como se nós não tivéssemos passado a maior vergonha em muito tempo e foi brincar alegremente com seu violãozinho. Nada como a privacidade do lar.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Viagem do Papai

Demorou um pouco, mas eu finalmente entendi. Estou falando desse negócio de ter filhos. Faz todo o sentido do mundo. Eles vêm e o trabalho é tão grande, tão intenso e tão avassalador, que quem você era (ou achava que era) não serve para mais nada. Esvazia. No começo você esperneia, luta contra, tentar segurar-se ao que é (ou acha que é). Não é você. Você já não é mais. Daí cai a ficha. Em resumo, seu filho vem para mostrar que você não é você, mas algo melhor, maior e paradoxalmente menos convencido, menos arrogante. Você esvazia para depois encher-se de algo melhor, mais elaborado e mais ligado no que realmente importa. Mas tem que deixar, senão no final você se enche novamente do mesmo. E o mesmo geralmente é pior do que poderia ser. De qualquer forma, não encare isso como algum tipo de conselho viajandão-espiritual ou algo parecido. Não faz meu tipo. Mas que tem alguma coisa muito diferente por aqui desde que esse pequeno pousou há quase dois anos, isso eu garanto.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

UMA HISTORINHA

Era uma vez um menino e uma menina, ambos moravam numa cidade pequena, tinham idades parecidas, os pais eram amigos e colegas de trabalho. Os dois tinham dois irmãos menores, que também eram amigos e todos estudavam na mesma escola.
Apesar de todas essas coincidências, o menino e a menina pouco tinham em comum. Ele era tímido e estudioso. Ela era extrovertida e tagarela. Ele estava um ano à frente dela no colégio. Não estudavam na mesma turma, mas as salas dos dois eram bem próximas. Ele tinha um melhor amigo, e passava com ele a maior parte do tempo. Ela, idém.
Ela, porém, morria de amores por ele. Durante o interminável período de um ano no tempo das crianças, ela o perseguiu por todos os recreios. A fiel amiga ia junto, e esta, mesmo com oito anos de idade, achava que aquilo não ia dar em nada. Afinal, ele nem se dava conta da existência da garota.
Mesmo assim, a menina não perdia as esperanças e fantasiava que um dia chegaria na escola e lá viria ele falar com ela. Ou que estariam em uma festa americana e ele a chamaria pra dançar lento um hit da época, como "Carrie". Ou que ele finalmente tomaria coragem e ligaria pra casa dela.
Pobre menina. Por um ano, nada daquilo que ela esperava aconteceu. Assim sendo, foi melhor se convencer a esquecer o misterioso menino.
O tempo passou e de vez em quando ela o via dirigindo pela cidade, sempre sério e compenetrado. Não podia deixar de pensar como seria conversar com ele.
Passou-se a adolescência e com elas outros relacionamentos. Ele namorou firme por anos, ela também. Ambos terminaram. Ambos se formaram.
Mas o tempo pode ser sábio. Eis que uma noite estavam o menino e a menina, agora com vinte e três anos, no mesmo lugar onde todos se encontravam naquela cidade pequena. Ela o pegou olhando na sua direção e mais inacreditavelmente, sorrindo. Que estranho....não devia ser com ela. Mas era. Ela, claro, retribuiu. Quatro horas depois ele tomou coragem e foi falar com ela, que ficou muito, muito surpresa.
Lá no fundo ela sempre soube. Era ELE.
Assim, eles descobriram ao longo de doze anos como se completavam e quantas coisas tinham em comum. Filmes, livros, músicas, lugares e hoje, a mais importante, um menininho chamado Matheus.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

CASA DE VÓ

A tia da escolinha avisou: "Não vá voltar manhosinho, hein?". Essa advertência se deu ao fato de que o Matheus e a mamãe iriam passar uns dias na casa da vovó e do vovô, que moram numa cidade próxima à nossa.
Claro que não adiantou, afinal, quem não conhece casa de vó? O paparico é total e dura o dia inteiro. Pra começar, suquinho de laranja fresco de manhã, depois almocinho especial, na mesma hora do almoço da escolinha. À tarde, soninho na rede com a vovó. Mais tarde talvez um passeio pra comprar brinquedos e tomar um "café" no shopping...
Na geladeira não falta danoninho, petisco preferido do pequeno. E à noite uma sopinha pra dormir bem. Ai, ai, ai!!
Apesar da saudade que o Matheus claramente sente pelo papai, passou três dias brincando e aprontando todas, aprendeu até a uivar. Coitado, isso que dá ter uma mãe que não bate muito bem...
A casa dos avós parece até a nossa própria casa, é brinquedo pra tudo quanto é lado. Pela minhas contas, só de "bi-bis" (codinome para os carrinhos Hot Wheels) já tem mais de trinta e foi preciso descolar uma caixa pra servir de garagem pra nova paixão do pequeno.
Casa de vó é mesmo a Disneylândia dos bebês. Não tem como evitar ficar manhosinho!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

MANUAL DE INSTRUÇÕES

Todo mundo diz que seria ótimo se um bebê já nascesse com um manual de instruções. Concordo plenamente com essa afirmação. Porém, o que realmente acontece me parece justamente ao contrário. São eles, os bebês, que já nascem sabendo várias “sapequices” antes mesmo de falar.
A birra é uma delas. Fase em que o Matheus está. Eis aqui um exemplo fresquinho.Chegamos ontem da escolinha e ele começou a reclamar, o que geralmente significa fome ou sede. Dei água e uma bolachinha, que guardo num potinho dos Backyardigans. Ele pegou a bolacha e comeu mais que a metade, aí me deu o potinho pra que eu abrisse e ele pegasse outra. Eu disse: “Não, não, primeiro termine essa que a mamãe deu”. Pra quê? Não gostando nada da situação em que se encontrava, ele foi pra perto do armário e jogou sorrateiramente a bolachinha lá embaixo. Veio de novo com o pote, feliz da vida. E lá fui eu, juntei a bolacha, “limpei” e disse que tinha que comer primeiro aquela. Aí sim, o piá ficou fulo, fulíssimo. Jogou longe o pote, brigou, chorou, fez de tudo. Minutos depois, levei o pequeno até o dito potinho, fiz ele dar “tchau tchau” pros biscoitos e coloquei em cima da mesa. Sei que a briga foi longe. Obviamente ele não comeu a bolacha e só sossegou quando o papai chegou.
Assim que meu marido entrou em casa lá foi o Sr. Matheus, com cara de coitado, pedindo colo. Até isso ele sabe, o papai ele “dobra” mais fácil.
Mas dizem que essa fase de testar os nossos limites logo passa. Só mais uns dezesseis anos e tudo volta à tranqüilidade novamente.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

MÃE É A MÃE!

Quando você passa a dar Feliz Dia dos Pais ao seu irmão, mais novo que você, é porque já tem uma certa experiência de vida. Não digo no sentido de maturidade, mas de idade mesmo. Aquela pessoa que você viu crescer, brincou, brigou, dedurou, conversou, implicou, agora vai ser pai?
A boa notícia é que meu irmão do meio e a esposa estão “grávidos”. A ótima notícia é que será um menino, com idade bem próxima à do Matheus. Assim ele terá um priminho pra brincar e brigar sempre que formos pra nossa cidade natal.
A minha cunhada está agora no sétimo mês de gravidez e diz que já se sente mais mãe que no começo. Aliás, no começo é muito estranho, pois você quase nem tem barriga, só aquela “barriga de chope”, como diria uma amiga sensata que eu tenho.
Lembro que no terceiro mês fomos fazer um exame, e na saída a secretária me disse: “Assine aqui, mãe”. Pensei comigo: “Mãe é a mãe!”. Ainda não sabia nem o sexo do bebê, era muita informação pra minha cabeça.
Mas com o passar do tempo (e dos enjôos), a sensação chega devagar e quando a gente se dá conta, lá estamos nós assinando o papel do plano de saúde do pediatra, onde embaixo diz “pai ou responsável”. Lembro que nesse momento, a ficha caiu como nunca. Isso que era responsabilidade. A doce e difícil responsabilidade de ser mãe de alguém alcança dimensões cósmicas. Você não liga dizendo que está doente e nesse dia não vai poder ser mãe.
Cada vez mais percebo o quanto tudo isso vale a pena. Cada vez menos me lembro de como era a vida antes do Matheus.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

QUE TIPO DE PAI É O SEU MARIDO?

Com o passar do tempo a gente começa a notar os tipos de pais que existem por aí. Pelo que eu pude observar nesse ano e meio de maternidade, concluo que eles se dividem basicamente em três tipos.
• Atenção, só leia a seguir se você estiver preparada e não temer a verdade nua e crua!
O primeiro tipo, e mais comum, é aquele do pai que “faz tudo, menos...”. Bom, se faz tudo menos alguma coisa é porque tudo já não faz. Por exemplo:”Ah, eu faço tudo, só não troco fralda ou não consigo acordar à noite ou não troco a roupinha, isso é coisa de mãe”. Brincalhão, ele quer saber é de fazer farra com o filho, e deixar que a mãe seja “a chata”.A responsabilidade na hora H não é muito com ele. De qualquer modo, nesse caso ainda existe uma esperança que um dia esse pai, numa hora de necessidade, acabe fazendo de tudo mesmo. Ainda mais se a mãe da criança insistir um pouquinho.
O tipo dois é aquele que quer ter muitos, muitos filhos, pois o trabalho dele é zero. Afinal, esse é o pai que trabalha e traz dinheiro pra casa, o que mais ele pode fazer? E também, a esposa não “faz mais nada” além de cuidar do filho que é obrigação dela. Além de tudo isso, não abre mão da cervejinha semanal com os amigos nem quando o filho é recém nascido. O diálogo com esse pai é quase inexistente, pois filho tem só que obedecer.
Aqui se encaixa um subtipo, o pai “sem-jeito”. Ele diz: “Ah, eu não tenho jeito pra lidar com criança, sou muito desajeitado”. Espertinho, não?
O terceiro e mais raro tipo é o pai completo. Aquele que é uma mãe mesmo. Sabe da importância de educar e do contato físico com o filho. Sabe fazer de tudo, só não dá o peito porque não pode. Quer estar presente desde a festa junina até o consultório médico. A conversa é sempre prioridade e estar em casa não é uma obrigação, mas um prazer. Essa é uma espécie que não se vê muito por aí, mas que tem crescido com o passar do tempo, uma vez que os pais têm vindo de famílias com mais igualdade entre homens e mulheres . Se o seu marido é assim, guarde segredo. Nem sempre raridades são fáceis de se encontrar.