quinta-feira, 23 de setembro de 2010

UMA HISTORINHA

Era uma vez um menino e uma menina, ambos moravam numa cidade pequena, tinham idades parecidas, os pais eram amigos e colegas de trabalho. Os dois tinham dois irmãos menores, que também eram amigos e todos estudavam na mesma escola.
Apesar de todas essas coincidências, o menino e a menina pouco tinham em comum. Ele era tímido e estudioso. Ela era extrovertida e tagarela. Ele estava um ano à frente dela no colégio. Não estudavam na mesma turma, mas as salas dos dois eram bem próximas. Ele tinha um melhor amigo, e passava com ele a maior parte do tempo. Ela, idém.
Ela, porém, morria de amores por ele. Durante o interminável período de um ano no tempo das crianças, ela o perseguiu por todos os recreios. A fiel amiga ia junto, e esta, mesmo com oito anos de idade, achava que aquilo não ia dar em nada. Afinal, ele nem se dava conta da existência da garota.
Mesmo assim, a menina não perdia as esperanças e fantasiava que um dia chegaria na escola e lá viria ele falar com ela. Ou que estariam em uma festa americana e ele a chamaria pra dançar lento um hit da época, como "Carrie". Ou que ele finalmente tomaria coragem e ligaria pra casa dela.
Pobre menina. Por um ano, nada daquilo que ela esperava aconteceu. Assim sendo, foi melhor se convencer a esquecer o misterioso menino.
O tempo passou e de vez em quando ela o via dirigindo pela cidade, sempre sério e compenetrado. Não podia deixar de pensar como seria conversar com ele.
Passou-se a adolescência e com elas outros relacionamentos. Ele namorou firme por anos, ela também. Ambos terminaram. Ambos se formaram.
Mas o tempo pode ser sábio. Eis que uma noite estavam o menino e a menina, agora com vinte e três anos, no mesmo lugar onde todos se encontravam naquela cidade pequena. Ela o pegou olhando na sua direção e mais inacreditavelmente, sorrindo. Que estranho....não devia ser com ela. Mas era. Ela, claro, retribuiu. Quatro horas depois ele tomou coragem e foi falar com ela, que ficou muito, muito surpresa.
Lá no fundo ela sempre soube. Era ELE.
Assim, eles descobriram ao longo de doze anos como se completavam e quantas coisas tinham em comum. Filmes, livros, músicas, lugares e hoje, a mais importante, um menininho chamado Matheus.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

CASA DE VÓ

A tia da escolinha avisou: "Não vá voltar manhosinho, hein?". Essa advertência se deu ao fato de que o Matheus e a mamãe iriam passar uns dias na casa da vovó e do vovô, que moram numa cidade próxima à nossa.
Claro que não adiantou, afinal, quem não conhece casa de vó? O paparico é total e dura o dia inteiro. Pra começar, suquinho de laranja fresco de manhã, depois almocinho especial, na mesma hora do almoço da escolinha. À tarde, soninho na rede com a vovó. Mais tarde talvez um passeio pra comprar brinquedos e tomar um "café" no shopping...
Na geladeira não falta danoninho, petisco preferido do pequeno. E à noite uma sopinha pra dormir bem. Ai, ai, ai!!
Apesar da saudade que o Matheus claramente sente pelo papai, passou três dias brincando e aprontando todas, aprendeu até a uivar. Coitado, isso que dá ter uma mãe que não bate muito bem...
A casa dos avós parece até a nossa própria casa, é brinquedo pra tudo quanto é lado. Pela minhas contas, só de "bi-bis" (codinome para os carrinhos Hot Wheels) já tem mais de trinta e foi preciso descolar uma caixa pra servir de garagem pra nova paixão do pequeno.
Casa de vó é mesmo a Disneylândia dos bebês. Não tem como evitar ficar manhosinho!