terça-feira, 27 de julho de 2010

DA NOITE PRO DIA

É engraçado como a vida da gente muda literalmente da noite pro dia quando se tem filhos. Semana passada saí para almoçar com duas das minhas amigas mais antigas. Nos conhecemos há mais de dez anos. Uma porque virou namorada do amigo do meu então namorado, outra porque fazia parte da mesma turma que passei a sair com o começo do namoro. Vale dizer que conheci essa última na noite e que pensamos a mesma coisa antes de sermos apresentadas: “Quem é essa louca?”
Foram anos de muitas baladas, shows, jantares na casa de alguém, mudança de cidade, novo emprego, cabelo novo, jogos de mímica na praia, segredos que todo mundo sabia, viagens de carro, conversas profundas e terapêuticas, drinks , confissões pós-meia noite. Drunk sincerity. Alguns casaram, alguns moram juntos. Todos nós continuamos firmes.
Eu fui a primeira a engravidar. Depois essa minha amiga “louca”. As outras já pensam sobre o assunto. Fico pensando em como tudo mudou nesses mais de dez anos. Como um filho muda tudo.
Hoje quase não nos encontramos mais à noite. Tem que ser de dia, por causa do Matheus e da Mariana, pois o banho deles é às oito. E eles ficam fulos se passar muito do horário. Então, o melhor a fazer é marcar um almoço, pra termos mais tempo. Tempo que nunca é suficiente, pois parece que os assuntos estão sempre acumulados e nunca damos conta de terminar.
Mesmo estando quase sem voz não desmarquei o encontro, pois vale a pena ir nem que seja pra escutar as duas. E rir muito.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O DIA DO CORTE

A primeira vez que levei meu bebê cortar o cabelo, ele tinha apenas seis meses. O cabelo, porém, já estava grande demais. Quando recém nascido o Matheus tinha um cabelo bem lisinho, escuro, quase pro ruivinho, que durou até uns oito meses. Depois disso, vieram os primeiros cachinhos e o cabelinho escuro se transformou num lindo tom de loiro-acinzentado. Aquele que as mulheres pagam caro para conseguir cor igual.
Antes da ida ao salão, liguei para a cabeleireira que iria fazer o serviço. Sábado, cinco da tarde, tudo certo. Chegamos e logo veio aquele “enxame de mulheres” que sempre aparece quando chega um bebê. Pra minha surpresa, ele não se assustou, ficou só olhando e analisando o ambiente.
Tudo bem até aqui, hora do corte. Até onde eu saiba, os bebês e crianças pequenas ODEIAM cortar o cabelo. Um dia desses estava eu fazendo a unha no salão do shopping e no andar de cima um menininho a berrar: “NÃO, NÃO, NÃO QUERO, TÁ DOEEEEEENDOOO!!!!” .
Assim, fui com o pequeno ressabiada até a cadeira. Sentei com ele no meu colo, a moça colocou o aventalzinho, (que compraram especialmente pra ele...é, chique, bem!), e lá fomos nós. Ela começou a cortar devagar, para que ele não se assustasse. Ele, com certeza, não entendendo muita coisa. Dez minutos depois, pronto! Lindo e de cabelo novo. Falei pra minha mãe, que lá estava também: “Nossa, foi mas fácil que eu pensei!”.
Ledo engano. Fora essa, todas as outras vezes foi escândalo total, de parar o salão. Tanto que tive que mudar de estabelecimento, pois a pobre profissional já estava ficando traumatizada com os gritos....
Agora levo o Matheus só quando a franja já está tapando os olhinhos e os cachinhos estão "incontroláveis". Vou ao salão mais próximo e digo: “Ele vai chorar, mas pode cortar assim mesmo. Vai fundo, mas seja rápido!”

segunda-feira, 5 de julho de 2010

E A NATURALIDADE?

Não é preciso ser nenhum agente do FBi pra saber, à essa altura, que o meu pequeno nem sempre dorme tão bem.
OK, isso é fato. Às vezes parecemos uma família de pandas, só que eu ainda posso usar corretivo para disfarçar as olheiras e os meus meninos não. Aliás, quase todo mundo que vê o Matheus, especialmente pela primeira vez, diz: “Ele tá com soninho?”.
O que eles não sabem é que ele tem esses “olhinhos de sono”. Nem sempre por ESTAR com sono, mas ele tem um olharzinho meio baixo, que sempre confunde as pessoas. Aposto que quando começar a falar não vai entender muito por que todo mundo pergunta isso...
Enfim, na tentativa de nós todos dormimos melhor, temos feito uma pesquisa exaustiva por livros que GARANTEM que se você seguir todos os passos lá descritos (frios e calculistas, um adendo meu aqui!), seu filho vai dormir que uma beleza, e pra sempre vai dormir bem! Não é maravilhoso?? É o tesouro no final do arco-íris!
Na verdade, não. Pelo menos não no nosso caso. E mais, os autores (todos especialistas, mas nenhuma mãe...) alegam que depois do aniversário de um ano fica mais difícil. Outro fator decepcionante para os exaustos pais, que no meio da noite depois de levantarem várias vezes catam o pequeno do berço e “que durma aqui com a gente mesmo”. Vou dizer uma coisa, às três da manhã você não consegue lembrar de um único passo eficaz nem de nenhuma razão para não levar o bebê pra sua cama e ...dormir!!!!
Dizem os especialistas que pode ser prejudicial para o bebê dormir com os pais. Claro, “os pais“ também querem dormir juntos (pensamento positivo, questão de tempo!), mas ninguém perguntou para o Matheus ou pra mim se queremos abrir mãos do nosso sono juntos de manhã, com ele todo dengoso puxando meus cabelos e me abraçando.
Você abriria mão disso, especialista?