quinta-feira, 9 de junho de 2011

COLÔNIA DE FÉRIAS

Quando o Matt ainda não era nascido eu já alardeava pra todos os cantos que quando ele fizesse seis meses eu já iria viajar pra algum lugar. Mais uma vez, me enganei redondamente. Com seis meses, o coitadinho estava saindo da fase das cólicas e ainda estranhava quase todo mundo que não fosse pai e mãe. Nem eu como mãe me sentia pronta pra deixar o meu filhote.
Depois que ele fez um aninho e eu achei que as coisas fossem ficar mais fáceis, ele entrou em uma outra fase. Aquela em que a criança começa a querer andar e isso durou mais de quatro meses. Difícil deixar com os avós assim. Além do mais, ele ainda não conseguia ficar por muito tempo longe da gente. Nem nós dele.
Foi quando ele fez dois anos que as coisas foram tomando um rumo mais tranquilo. O Matt começando a falar e a reconhecer bem as pessoas. Meu marido e eu precisando realmente de um tempo pra nós. Assim, decidimos finalmente viajar pra uma praia não muito longe daqui, de carro, caso precisássemos voltar rapidamente.
O Matt, no auge da paixão pelos avós, nem se deu conta quando os mesmos vieram buscá-lo aqui na minha casa pra passar os quatro tão esperados dias na sua cidade. Foi embora sem olhar pra trás.
Eu achava que na primeira noite longe dos pais, em outra cidade, ele fosse chorar. Mas não. Ele não. Acontece que quem chorou mesmo fui eu. Como há muito tempo não chorava.
Depois de sair jantar com meu querido, chegamos em casa e lá estavam todos os brinquedos do meu pequeno, espalhados pela sala. O apartamento num silêncio total. Fiquei até meio perdida sem ter ele pra cuidar e só me restou chorar muito, de saudades mesmo. Até cheguei a ficar na dúvida se no dia seguinte nossos planos ainda estariam de pé.
Mas nada como um dia depois do outro. No outro dia meu amor me acordou com café na cama (fazia muito tempo que não dormíamos uma noite inteirinha, só nós dois). Era meu aniversário e o dia estava lindo, nenhuma nuvem no céu. Minha mãe me disse que meu filho tinha dormido super bem, sem nenhum problema.
Aliviados, subimos no carro e passamos quatro dias revigorantes na nossa amada Floripa. Uma verdadeira segunda lua-de-mel.
Domingo a saudades era maior do que nunca. Tomamos o café da manhã e viemos direto pra Curitiba. Quando vimos nosso fofo chegando de carro com os avós com aquela carinha sapeca e risonha dele é que percebemos que fizemos a coisa certa no momento certo. Sem (grandes) sofrimentos pra nenhuma das partes.
Mas acho que uma coisa é certa, se for sempre assim, a colônia de férias na casa da vovó vai rolar todo ano.