terça-feira, 27 de setembro de 2011

CHEERLEADERS TUPINIQUINS

Tem algo que tem chamado cada vez mais minha atenção conforme passa o tempo. São aquelas pessoas que sentem uma necessidade absurda em serem o centro das atenções. Não sei se isso fica mais esquisito depois que se completa trinta anos mas fico observando principalmente as mulheres que são (ou se fazem de, acho isso mais provável) originais, maluquinhas, verdadeiras mulheres supersônicas. Estão em todas, desde o US OPEN até o Rock in Rio.
Fazem coisas que fazíamos quando tínhamos dezessete anos. Gostam que todos falem delas. Curtem todos os estilos musicais, desde country até heavy metal. Cheerleaders tupiniquins.
Até um tempo atrás, sentia repulsa por esse tipo. Hoje sinto um pouco de pena, uma vez que deve ser tão cansativo ter que se autoafirmar constantemente para o mundo. Ter que sempre ser a líder de outras mulheres que também não têm muito o que fazer com o seu tempo. Organizar jantares, festas infantis, animar casamentos, uma trabalheira sem fim. E mais, postar tudinho no Facebook.
E elas tem filhos, muitas delas. Não sei de onde conseguem tanta energia. Tenho só um e já fico exausta no fim do dia, com ânimo apenas para ir numa pizzaria, não numa festa de arromba.
Têm umas cinquenta "amigas verdadeiras" e quase todas carregam a mesmíssima bolsa e têm o mesmo corte de cabelo. Sem competição, é claro.
Que herança será que ficam para essas crianças que convivem nesse mundo? O que realmente importa já quase nem importa. Mas a aparência sim, essa não pode faltar.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DE LUA

Sempre achei bem difícil lidar com as pessoas que são "de lua". Ótimo humor num dia e no outro quase desligam o telefone na sua cara.
Eis que ninguém menos que o meu Matheus é assim também. O dia dele tem que começar bem lentamente. Ele não é de pular da cama às cinco da manhã, como o pai. Graças a Deus! Acorda mais tarde e não dá para apressá-lo muito, nem que eu esteja atrasada.
Depois de acordado, pelo menos meia hora antes de sair da cama. Antes de mais nada, muitos abraços para a mamãe. Talvez uma bolachinha na cama mesmo. Então, ele vem andando lentamente pelo corredor até chegar na sala. Aí toma seu Choco Milk e assiste um pouco de TV.
Nem pensar em trocar de roupa ainda. Muita calma nessa hora. Só uns vinte minutos depois é que troco o pijama pelo uniforme, ainda sem o total apoio do meu pequeno.
Quando ele já acorda conversando, tudo bem. É bom humor. Se ele acorda mais quieto ou resmungando, lá vamos nós. Tudo pode acontecer.
Claro que sou suspeita, mas para mim ele é a melhor criança do mundo. Aprendi a respeitar o tempinho dele. Tem coisas na vida que estão fora do meu controle, só entendi isso sendo a mãe do Matheus.
Além do mais, ele sempre nos surpreende. A "tia" da escolinha diz que ele é uma das crianças mais doces e amorosas da turminha do Infantil 2. Sempre participa das atividades e parece orgulhoso quando pode mostrá-las para nós.
Ele é de lua. Mas a lua dele é sempre aquela mais bonita, cheia, antes de chegar no alto do céu.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

TRÊS DIAS PARA NÓS, OS OUTROS PARA ELE

Se tem uma coisa na qual acredito piamente é que todo e qualquer casal precisa de um tempinho a sós às vezes. Esse tempo diminui drasticamente depois do nascimento dos filhos e cabe aos dois fazerem um esforço para que isso aconteça.
Meu marido e eu sempre fomos adeptos de uma boa D.R. Não aquela discussão de relação acusativa e sim como um enxerga o outro, nosso futuro, coisas assim.
Com planos de viajar, despachamos o Matheus para passar o feriado prolongado na casa dos avós em Ponta Grossa e apesar de sentir a falta daquele danado o tempo todo, eu e meu querido conseguimos nos reconectar um pouco. O tempo mudou e resolvemos não ir à praia e curtir as coisas que adoramos na nossa cidade.
Mas claro, o filho é o assunto da maioria das conversas. Ficamos refletindo como aquela coisinha tão pequena pode demandar todo o nosso tempo. Conversamos sobre a personalidade e a educação que estamos tentando passar para ele. Como os nossos atos afetam a vidinha dele. Se deixamos ele passar muito tempo na frente da TV. E chegamos sempre a uma conclusão, que o importante é ele ser feliz e tentar aprender com as frustrações óbvias da vida.
Sem ele em casa fica um vazio absurdo. Nenhum brinquedo no chão, a TV miraculosamente desligada, nenhuma mamadeira na pia. Uma paz um pouco perturbadora.
Em momentos assim é que me lembro do quanto um casamento depende de boas conversas, de coração aberto, de silêncios confortáveis. Só espero ainda estar fazendo questão disso daqui a trinta anos.