segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Viagem do Papai

Demorou um pouco, mas eu finalmente entendi. Estou falando desse negócio de ter filhos. Faz todo o sentido do mundo. Eles vêm e o trabalho é tão grande, tão intenso e tão avassalador, que quem você era (ou achava que era) não serve para mais nada. Esvazia. No começo você esperneia, luta contra, tentar segurar-se ao que é (ou acha que é). Não é você. Você já não é mais. Daí cai a ficha. Em resumo, seu filho vem para mostrar que você não é você, mas algo melhor, maior e paradoxalmente menos convencido, menos arrogante. Você esvazia para depois encher-se de algo melhor, mais elaborado e mais ligado no que realmente importa. Mas tem que deixar, senão no final você se enche novamente do mesmo. E o mesmo geralmente é pior do que poderia ser. De qualquer forma, não encare isso como algum tipo de conselho viajandão-espiritual ou algo parecido. Não faz meu tipo. Mas que tem alguma coisa muito diferente por aqui desde que esse pequeno pousou há quase dois anos, isso eu garanto.

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