terça-feira, 24 de maio de 2011

O FIM DA ERA DA PECA

A visita à dentista não só abriu nossos olhos para ter mais cuidado com as cáries que podem aparecer se os dentinhos não forem BEEEEM escovados como também para o uso da chupeta. A "peca", amiga de todas as horas. Companheira de viagem. Uma mão na roda na hora das reclamações. Imprescindível na hora de dormir. A peca foi parte da família desde sempre.
Mas os dias da pobre estavam contados. Uma semana depois do dia da anestesia para o tratamento dos dentinhos, resolvemos que era "agora ou nunca", uma vez que a doutora falou que a mordida do Matt já estava sendo prejudicada e que se tirássemos logo não traria problemas no futuro.
Como não estávamos perto de nenhuma data em especial pra fazer uma troca com o Noel ou o Coelho, dissemos que ele ganharia algo bem legal no próximo passeio, mas que a peca iria ficar na loja. Ele, no auge dos seus dois anos, não pareceu entender muito daquela conversa.
Começamos a missão numa segunda feira em que ele estava de ótimo humor. Isso sempre conta, e muito. Fomos ao shopping, comemos pizza, ele se esbaldando como sempre. Aí fomos à uma livraria que tem um espaço muito legal para as crianças e lá avistei algo que sabia que ele não iria resistir: um quadro negro com letrinhas coloridas de imã. Quando viu o presente, não quis saber de mais nada. Para o Matheus, que adora números e letras, era o ideal.
Assim, nos dirigimos ao caixa e falei pra ele: "você vai ganhar esse presente mas a peca vai ficar com o 'tio' da loja, tá?" Os dois, Matheus e o caixa, me olharam com a mesma cara. "Whatever, moça"
Quando voltamos pra casa, ele já estava "acabado". Banho, mama, escova de dentes e ...peca? Não, cama. Sem peca. Lá fui eu com o Matt para o começo de uma noite que ninguém sabia como iria acabar.
O começo não foi tão traumático quanto achamos. Pelo menos a parte de fazê-lo dormir. A confusão começou mesmo ali por umas 3 da manhã, depois que ele mamou um pouco de chá e, (OH MY GOD!) cadê a peca????
Esse menino procurou a dita pela cama inteira, nos olhando com desespero e perplexidade. Tipo: "Dá pra me ajudar aqui, por favor?!"
Depois de uma hora aos berros, eu disse BERROS, ele acabou dormindo de novo no colo do papai. Todos exaustos. Tudo de novo na duas noites seguintes.
Com o tempo ele foi se conformando e já faz um tempinho que não procura mais. Porém, a peca não fez apenas falta na vidinha do pequeno, mas na nossa também.
Não vou mentir. Era maravilhosamente reconfortante enfiar a chupeta na boca do Matt quando ele ficava chatinho e cansado. Ou então no meio da noite quando acordava sem motivo ou durante as idas e vindas de carro pra cidade dos nossos pais...
Bons tempos, esses da peca!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A CADEIRINHA DE FORÇA

Tudo começou com uma já atrasada visita à dentista pediátrica, quando o Matheus fez dois anos e um mês. Como de costume, foi só ele ver aquela criatura sorridente vestida toda de branco que desatou a chorar. Dentro do consultório, diversos tipos de brinquedos para distrair o pequeno paciente enquanto conversávamos com a doutoura, muito calma e tranquila.
A conversa levou uma meia hora e então, sem mais escapatória, era hora do exame. A primeira tentativa foi na própria cadeira que todos nós usamos quando vamos ao dentista, mas não rolou. Era como segurar um lambari dentro d´água.
A segunda e quase imprópria solução era uma pequena cadeira de força. Eu explico: a cadeirinha (toda estampada com o Mickey) segurava não só as pernas, mas as mãos e braços do bebê. Sem dúvida uma cena que nenhum pai gostaria de presenciar, mas não havia como examinar os dentinhos se não fosse assim. Sou testemunha disso.
Ali, diante de berros e mais berros a dentista pôde então fazer uma limpeza superficial e avistar duas cáries e muita placa.
Ai, Jesus....jurei que sempre limpamos a boca dele, desde bem pequeno, mas que escovar os dentinhos era mesmo bem difícil.
A técnica para isso é nada mais que segurar a criança e tacar escova adentro, pra escovar de verdade.
O problema do Matt é que ele já tinha as duas malditas cáries e foi necessário até anestesia geral pra fazer a retirada delas e uma limpeza mais profunda. No dia do casamento de Kate com seu Príncipe William, estavam dois ansiosos pais na sala de espera de um consultório esperando pelo seu bebê. Nesse procedimento, a dentista encontrou mais uma, o que nos fez esperar por quase três horas. Meu dia foi bem diferente do da Kate.
Agora todas as noites vamos para o banheiro escovar os dentes. Ele pega a minha escova e escova os meus. Quando chega a minha vez de fazer o mesmo ele não gosta muito e a ajuda do papai é quase sempre requisitada.
Quando lembro daquela cadeirinha de força, arranjo ânimo na mesma hora pra não passar por essa outra vez.