segunda-feira, 22 de novembro de 2010

MATHEUS X OZZY

Aqui nessa casa já tive duas crianças. O primeiro a chegar foi um filhote de lhasa apso, branco e preto, que atendia pelo nome de Ozzy. Do xará famoso, ele herdou a autenticidade e o jeito maluco de ser. Nunca, nem agora com o Matheus, nossa casa foi tão bagunçada. Esse era o tipo de cão que até sabia onde era o lugar que deveria fazer as necessidades, mas só fazia lá se estivesse a fim naquela hora. Lembro que ele era super agitado, queria brincar o tempo todo, tanto que eu e meu marido ficávamos os dois encolhidos no meio da cama na hora de dormir, no escuro total, sem nem respirar direito, pro bicho não perceber que estávamos acordados e assim não começar a latir. Nem TV no quarto a gente via mais. Sem dúvida, uma situação pra lá de ridícula.
Preguiçoso que era, parava na hora que cansava de um passeio e ninguém conseguia fazer o Ozzy andar. Empacava que nem burrico. O jeito era pegá-lo no colo e andar com ele até em casa. Claro que ele cresceu mais do que o esperado. Pesava uns doze quilos, e mesmo assim achava que era um bebê de colo, manhoso que só ele.
Apesar de todo o rolo, a gente adorava o sem-vergonha, que era muito brincalhão e super carinhoso.
Nosso dilema começou com a descoberta da minha gravidez. Parece até que ele já sabia que iria perder o trono de reizinho da casa.
Se já fazia xixi fora do lugar, agora então era por toda parte. Era só colocar um jornal em cima do xixi, que ele fazia de novo, só que exatamente na frente do papel.
Cada vez que saíamos, na volta encontrávamos nossa sala invadida pelo rolo desenrolado de papel higiênico, tapete revirado e sapatos mordidos.
Eu, grávida, não aguentava mais limpar a casa mil vezes por dia. Foi então que a ficha começou a cair: era hora de mudar nosso bichinho de lugar.
Acho que foi uma das experiências mais tristes que já tivemos. A bolinha de pelos foi primeiro pra casa da minha mãe, onde começou a infernizar o outro lhasa que mora lá e que é muito mais calmo. Assim, ele mudou-se definitivamente pra casa de uma pessoa que trabalha com meu pai, e lá está até hoje.
Dali a uns seis meses chegou o Matheus, que agora também põe a casa abaixo. Eu e meu marido muitas vezes percebemos coisas em que os dois são parecidos. Acho que não importa o tipo, os bebês são mesmo igualmente fofos e sapecas.
Fico imaginando como seria ter os dois morando juntos no nosso apartamento, que não é muito grande. Saiu o Ozzy, chegou o Matheus, ficou a bagunça e a diversão.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

OS HOMENS

Ah, os homens....
Eles podem ter cursado a faculdade, feito estágio nos melhores lugares, estudado muito na pós e depois no MBA. Com toda certeza alguns redigiram monografias super elogiadas pelos maiores mestres e facilmente encontraram um ótimo emprego ou abriram sua própria e próspera empresa.
Apesar de todos esses e mais alguns outros atributos, quando se trata das coisas caseiras, nem sempre eles são tão....digamos, ligados.
Outro dia, meu marido não conseguia encontrar a maionese.
Perguntou: "Querida, cadê a maionese?"
Eu: "Na porta de geladeira, amor.
Ele:"Já procurei, não tá..."
Eu:"Já vou aí ver."
Assim que abri a geladeira, vi que a maionese estava sorrateiramente escondida atrás da mostarda.
Eu:"Tá aqui, querido."
Ele:"Ah, é. Não vi..."
E assim vai. Meu irmão do meio acabou de ter um bebê lindo. Minha cunhada, ainda de dieta, pediu para ele comprar macarrão cabelo-de-anjo. Lá foi ele ao mercado e, tranquilo, comprou macarrão parafuso, afinal, aquele é o formato de cabelo que tem um anjo. Pelo menos rendeu muitas risadas da nova mamãe.
Não acho que isso aconteça somente na minha família, já que uma vez uma amiga me contou que chegou do trabalho e percebeu que o vaso do banheiro estava entupido. Cansada, sentou na sala pra ver a novela. Depois resolvia. Chegou o maridão e falou:"benhê, o vaso tá entupido de novo." Ela suspirou, disse que já sabia e depois ia colocar um produtinho que resolvia. Ele, insatisfeito, pegou um baldão de água e foi dar uma de provedor da casa. Ela só escutou: CHUÁÁÁÁÁÁÁÁ´!!!! Toda água pra fora do tal vaso. Agora ele que limpasse, né?
Sorte a deles que crescemos vendo nossos pais fazendo as mesmas coisas e nossas mães sempre mostrando como a casa funciona. É algo que transcende gerações. O destino do Matheus e meu sobrinho Bernardo provavelmente não será tão diferente.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

FASES

Saber o que um bebê está pedindo através do choro ou dos resmungos não é nada fácil. O Matheus, quando recém-nascido, chorava muito no começo da noite. Minha obstetra disse: "São noventa dias de cólica, querida. Depois passa." Passaram-se os três meses e o choro continuou até os cinco meses, ou seja, cento e cinquenta dias. Meu plano de ter dois filhos foi completamente apagado, um só já dava bastante trabalho.
Depois, foi ficando difícil porque ele sempre foi grandão, e com cinco meses nem sinal do pequeno sentar sozinho. Naquela época, alguém me disse que com seis meses ficaria bem melhor, pois logo ele iria brincar sentadinho e sair um pouco do colo. Os seis meses vieram e foram, o Matheus ainda no colo. Só foi sentar firminho mesmo com dez meses.
Então começou aquela fase que eles andam segurando nas nossas mãos, fasesinha que acaba com as costas de qualquer pessoa. Ficou expert em andar assim, tanto que deu seus primeiros passos sozinho lá por um ano e quatro meses, com a torcida constante de papai e mamãe.
Recentemente escutei que assim que ele começar a falar, aí sim, vai ser moleza, já que ele vai poder oralizar o que quer, não vai ficar brabo quando não entendermos alguma coisa....essa eu quero ver.
Já a diretora de escolinha disse que até os três anos eles não gostam de ir ao shopping (o que não parece ser o caso do Matheus) nem restaurantes (pra isso a paciência dele é curta mesmo), pois são programas de adultos, não de bebês.
Claro que quando chegar aos três anos alguém vai falar que com cinco sim fica bom porque....bem, com certeza vai ter uma razão da qual não se pode discordar.
O interessante é que a gente realmente começa a esquecer das dificuldades, coisa que também me disseram, e que na época, não acreditei. O plano de ter mais um bebê foi retomado, posso dizer, com entusiasmo.