quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

SOBRE A PRIMEIRA E A SEGUNDA VEZ

A primeira gestação de uma mulher pode ser bem diferente da segunda e mais ainda de uma terceira. Quando fiquei grávida do Matt fiz todas as coisas que uma mulher naquele estado podem se dar ao luxo. Drenagem uma vez por semana, muito descanso, leitura sobre o bebê que iria chegar. Leitura, detalhe, sentada na beira do mar tomando um suquinho. E achando que não seria difícil colocar tudo aquilo em prática.
A barriga parecia que demorava a aparecer. Tiramos muitas fotos, desde o primeiro mês, algumas até profissionais. Nove meses que demoraram a passar.
Depois de dois anos e nove meses, eis que me vejo grávida outra vez. Só que dessa vez de uma maneira completamente diferente. Olho para baixo e vejo uma barriga imensa que mal vi crescer. Parece que foi da noite para o dia. Daqui a quatro meses terei mais um bebê em casa, aprontando todas. Ao menos agora tenho total consciência disso, de que eles aprontam mesmo de tudo e de que quase nada do que está nos livros se aproveita.
Na segunda gravidez, com um filho pequeno em casa, não se tem tempo para frescura. Cuida-se de um enquanto o outro assa no forninho. Nesse meio tempo me mudei de apartamento, tirei a fralda do Matheus, resolvi mil coisas sobre a casa que vamos construir. Drenagem comecei só agora, ainda não consegui descansar.
Tenho que considerar a hipótese de ter uma babá para quando o Gabriel nascer, coisa que abomino. Preciso organizar a festinha de três anos do Matt e também o chá de bebê do menorzinho.
Fotos tiramos algumas ontem, com quase cinco meses de gestação. Me pego pensando se isso tudo influi no que eu passo para o Gabi, mas no fundo acho que não. Sei que o amor de mãe é mais forte do que qualquer dificuldade. Nada mais é que a vida real.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

XIXI NO PENICO

Por que será que sempre que dizem que algo vai ser fácil é geralmente difícil?
O Matt, já com dois anos e quase sete meses, ainda estava na fralda. Como ele toma muito líquido, sempre imaginei que essa parte de tirar a fralda não seria fácil, mas as pessoas me diziam que era tranquilo, em uma semana estaria resolvido. Ã-hã.
Decidimos então, nós e a escolinha, que já era hora. Compramos todo o aparato para a empreitada. Penico, adaptador para o vaso e umas trinta cuequinhas.
Mas quem conhece sabe: ele é danado. Na escolinha foi uma beleza. Escapava um xixizinho por dia, se isso. Agora em casa a coisa é sempre diferente. Aqui ele não queria o penico e fazia tudo, eu disse tudo, na calça.
O que me disseram que em uma semana estaria resolvido levou quase dois meses. Cada vez que ele fazia na calça, sendo que o penico estava bem atrás dele eu dizia: "Ai, meu Deus!". Tenho que dizer que limpar o número um e principalmente o número dois do chão estando grávida não é das coisas mais agradáveis de se fazer.
E assim, como sempre, muita paciência foi necessária até ele se acostumar com a ideia de ficar sem fralda. Cada vez que fazia direitinho era uma festa, tchau para o xixi e todo aquele esquema.
Dois meses depois (fuiu!) agora é meu bebê quem não quer mais a fralda. Bate palmas para ele mesmo cada vez que vai ao penico, nem que faça só uma gotinha. E se por acaso algo escapa na calça, me olha de um jeito estranho e ele mesmo diz: "Ai, meu Deus!"

NÃO PUNA BANA

A hora do banho sempre foi uma diversão para o Matheus e o encarregado por esse momento é quase sempre o papai. No apartamento antigo havia uma banheira, não muito grande mas o suficiente para o Matt passar algum tempo se divertindo na água. E não eram só os dois na banheira, não. Tinha também os livros de banho, bichinhos de borracha e o que mais servisse para brincar.
Na mudança isso também mudou. Aqui só tem chuveiro e o banho ficou bem mais sem graça por esse motivo.
Nos dois primeiros dias ele ainda estava meio perdido, entrou e saiu. Mas quando se deu conta de que agora seria assim, resolveu que não queria mais tomar banho. A hora se aproximava e ele ia ficando desesperado. "Não puna bana!!!" que é como ele chama tomar banho. Ou não tomar banho.
Uma noite ele começou a chorar e espernear para não entrar no "puna bana". Já era tarde e falei para eles irem assim mesmo. Vi que os dois entraram lá achando uma péssima ideia. Se arrependimento matasse...
Eu estava na cozinha quando escutei um estouro. Corri para o banheiro e me deparei com o vidro do box estilhaçado no chão. O Matheus chorando e meu marido me olhando com um ar de "feliz agora?". Tudo bem, eu insisti, acho que mereci.
Ninguém se machucou mas vi que era preciso uma solução rápida para essa confusão toda. Por sorte hoje existe de tudo, né? Lembrei que em uma loja de decoração tinha visto um alfabeto de letrinhas de plástico, feitas exatamente para brincar no chuveiro.
Ah, o Matheus e as letras! Como diz meu marido, acabei salvando a hora do banho. Agora ele mal chega em casa e o pequeno já grita, feliz da vida: "puna bana, papai!"