terça-feira, 12 de novembro de 2013

VIAGEM DE AVIÃO

A conversa começou com o Matheus me perguntando por que ele nunca tinha viajado de avião. Muitos amigos da escola já haviam voado para algum lugar e agora o Matt também queria ir. Primeiro, ele teve a ideia de irmos para Ponta Grossa de avião, pois vamos sempre para lá mesmo, ótima oportunidade. Falei que de avião a viagem tem que ser para algum lugar mais longe. Ponta Grossa, só de carro. Obviamente ele não se conformou e logo partiu para o plano B. Perguntou então para a vovó quando ele iria viajar de avião. Aí sim a coisa funcionou. Os avós ficaram enlouquecidos para levar os pequenos para algum lugar e acabamos marcando uma viagem para Gramado (ou Gramados, segundo o Matt) todos juntos. As crianças são espertas. A mãe dele também usou essa mesma tática aos nove anos, quando meu maior sonho era ir para os Estados Unidos. Lembro que estávamos todos almoçando em um domingo de sol na casa da minha mãe e lá pelas tantas eu falei para o meu avô que queria muito, mas muito mesmo ir para a Disney. Meus avós adoraram a ideia e assim embarcamos uns meses depois. Foi uma experiência inesquecível. Ele era o cara, esse meu avô. Bom, chegou o dia da viagem. Nosso voo era logo cedo, tipo sete da manhã. O Matheus achou o máximo acordar às quatro da madrugada enquanto ainda estava escuro e deu "boa noite" para todo mundo,feliz da vida. Já o Gabi, que tinha apenas um ano e cinco meses, não entendeu muita coisa e como sempre acorda no meio da noite foi tranquilo para o aeroporto. Confesso que estava com medo. Não só o meu medo normal de voar, mas principalmente como as crianças iriam reagir. Precisei fazer minha cara de paisagem ao entrar no avião e colocar o cinto nas crianças, super cool. O Gabi não gostou nadinha de ir preso ao cinto de segurança e com certeza atrapalhou um pouco as pessoas que não querem se incomodar com pirralhos no avião. Lembro dessa época da minha vida como se fosse ontem e com certeza não posso me importar muito se fazem cara feia. Sei como é. Já o Matt achou tudo fantástico e nos momentos de turbulência dizia "uuuuuooooouuuu!" enquanto a mãe dele rezava e suava frio. Nossa viagem em família foi muito legal, tanto que o Matt está sempre querendo voltar para "Gramados". Só que da próxima vez ele já me avisou, quer ir de balão.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

DOIS IRMÃOS

As pessoas sempre dizem como irmãos são geralmente diferentes e isso é realmente bem verdade. O Matt, apesar de sempre ter sido tímido, adora uma televisão. É um verdadeiro estudioso dos vídeos que possui e espera pelos novos lançamentos como se esperasse o 13² salário. Ontem mesmo ele comentou: "Mamãe, já está nascendo o MPBaby Clipes Animados 2, né?" Faz mais de um mês que ele está contando os dias para a chegada do tal DVD, que chega às lojas essa semana. A Galinha Pintadinha tem sido uma fiel companheira e babá para todas as horas. Os Pequerruchos são seus amigos, na cabecinha dele. Doki, Peixonauta, Backyardigans, todos da galera. Na minha casa, nunca tive que colocar travas de segurança nas portas nem tirar enfeite nenhum da prateleira. Matheus sempre foi uma criança tranquila nesse sentido. Isso tudo mudou quando o irmão mais novo Gabriel conquistou sua independência e começou a andar. É um pequeno furacão. Tudo que estiver ao seu alcance corre um sério risco de vida. TV, ele nem olha. Já coloquei vários tipos de DVD para o sapeca e ele simplesmente ignora, seja o que for. Tiro tudo que ele possa pegar e se machucar ou estraçalhar. Recentemente, não sabe-se como, ele conseguiu abrir a trava de segurança de um armário e mais que rapidamente agarrou uma taça de licor e a jogou no chão. Com a outra mão já tinha pegado uma daquelas taças de vinho grande e estava prestes a fazer o mesmo, quando cheguei e controlei a crise. Com seis meses, Gabi conseguiu cair da cama onde dormia uma tarde. Passou pela barricada de travesseiros e se jogou no chão. Agora, com um ano e quatro meses, não quer mais que eu o ajude com a colher. Se não comer sozinho, não come e pronto. O mais velho pode usar a mesma roupa por três dias que ela continua intacta. Demorou bastante a se adaptar na escolinha e a aceitar as outras pessoas. É concentrado, organizado, extremamente carinhoso. O pequeno no meio do dia já se encontra impraticável e precisa de uma troca. Ficou bem na escolinha já na primeira semana. É bagunceiro e festeiro. E extremamente carinhoso. Irmãos.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A NAMORADA

O namoro começou há uns três meses atrás, bem no iníco da volta às aulas. Um dia, do nada, o Matheus chegou em casa dizendo que ele também tem uma namorada. Digo também porque durante as férias ele passou a perceber quem eram os casais da família. A mamãe é namorada do papai, a vovó é do vovô, etc. Eu e o Digo achávamos que essa notícia iria demorar pelo menos mais uns 15 anos para chegar, mas o Matt sempre surpreende e com quatro anos recém feitos ele chegou com a novidade. A eleita é uma menina de lindos olhos azuis da salinha dele. Infantil 4, ou seja, já são da turma das crianças "grandes" da escola. Então, o namoro vai de vento em popa. A "tia" me contou que eles andam bastante juntos. Ele sempre atrás dela na fila, ficam de mãos dadas na hora de escovar os dentes, brincam juntos no recreio e até um presente o namorado deu para a garota. Uma pulseirinha foi a surpresa de um Kinder Ovo que compramos na padaria. Ele imediatamente falou que ia levar para a Ana, a namorada, de presente. Ela, por outro lado, não tirou mais a pulseira feita de fita desde que ganhou. Encontrei a mãe da minha pequena nora na saída das crianças e ela disse que a Ana não a tira para nada, nem para tomar banho. Essas meninas...já sabem o que é instinto de sobrevivência. Quando a mãe perguntou quem havia dado a lembrança ela falou que foi o Matheus, claro, o namorado. Já quando a mesma pergunta foi feita pelo pai, ela disse que foi um amiguinho. Agora ele está todo entusiasmado pois viu no shopping que o dia dos namorados está chegando. Quero só ver o que vem dessa vez!

quinta-feira, 14 de março de 2013

O EMANCIPADO

Que mudança radical passa uma criança dos três para os quatro anos. Matheus fala tanto que às vezes peço para ele descansar um pouco a língua, não que isso surta algum efeito. São tantas as novas colocações que faz a gente ficar pensando de onde a criaturinha tirou essa ou aquela palavra. A verdade é que eles observam (e ouvem) tudo ao seu redor, especialmente o que papai e mamãe dizem. E nessa idade são os reis da cocada preta, branca, do tipo que for. Às vezes, quando se faz necessário chamar a atenção do garoto e depois de ter uma conversinha, ele diz: "Agora EU vou pensar no que você fez!" ou "A senhora acha isso bonito?" O banho também é parte da nova independência adquirida pelo pequeno. Adora lidar com o shampoo e colocar na cabeça, mas na hora de tirar, aquele rolo. A mãe tem que intervir e o momento fica tenso. Colocar a roupa é mesma história, ainda mais que as combinações nem sempre são aquelas que eu escolheria. A camiseta, de preferência LASCOTE, como ele diz. Como ele tem duas, as opções são bem restritas. Calça jeans e sapato num dia de quarenta graus? Haja convencimento. O pequeno emancipado também decide o que quer assistir. Esses dias me pediu um DVD que fosse mais LIGHT que aquele dos CARROS. Com o dedinho apontado para cima, faz cara de brabo e diz que está muito, mas muito "brabro". Difícil e extremamente necessário é não rir numa hora dessas! Não existe "break" quando se trata de educar. É cansativo e repetitivo. Mas é quem ele vai ser, lááááá no futuro.